Só hoje é que a Câmara de Amarante vai decidir o que fazer com o prédio que ardeu anteontem, após a explosão de botijas de gás que abasteciam dois restaurantes. Ontem, uma das tias do jogador Nuno Gomes procurava, entre os destroços, fotografias da mãe.
Corpo do artigo
Foi o intenso calor de domingo que salvou Maria Alcina Ribeiro. Estivesse o tempo mais fresco e na altura da explosão, pelas 15 horas, a familiar do atleta do Benfica estaria na habitação que foi devorada pelas chamas.
"Era para vir aqui arrumar umas coisas na casa da minha irmã. Mas como estava muito calor, decidi não vir. Foi Deus", contou, ao JN, erguendo as mãos ao céu.
Desde que enviuvou, Maria Alcina passou a viver, a espaços, com a irmã, Maria Alda, 74 anos, que está acamada, no edifício contíguo aos Restaurantes Azevedo e Raposeira, onde se deram as explosões. Era o que iria acontecer, novamente, nesta semana.
"Por isso é que tinha previsto vir aqui no domingo à tarde para arranjar as coisas", explicou ao JN.
A irmã de Alcina tinha passado o domingo com a filha noutro ponto da cidade. Nenhuma estava em casa na altura do acidente. Ontem, Maria Alcina, na companhia de uma sobrinha, foi procurar por entre os destroços "alguns haveres da família", nomeadamente uns retratos da mãe.
Também com o olhar focado nos destroços estiveram técnicos do Instituto Tecnológico de Gás (ITG), a pedido da empresa Repsol, petrolífera que fornecia as botijas de gás aos dois restaurantes.
Foram duas as botijas que explodiram, embora tivessem sido registadas três explosões.
Segundo o vereador da Protecção Civil, só hoje é que vai ser avaliada a necessidade ou não de demolir parte do edifício que ardeu. "Hoje (ontem) foi avaliado se havia o risco de derrocada, cenário que estará afastado. Amanhã (hoje) uma comissão alargada irá analisar em pormenor e produzir o relatório final sobre a segurança do edifício", esclareceu Hélder Ferreira.
Quanto à idosa desalojada, o vereador explicou que está em contacto com a família "para o que for necessário".