<p>O futuro da única fabricante por-tuguesa de pneus, em Santo Tirso, deverá ser decidido esta sexta-feira. Insolvente e sem investidores, a Camac poderá encerrar caso o Ministério da Economia não garanta apoios. </p>
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Pode ser o fim da CNB/Camac ou o início de uma nova fase nos 40 anos de vida da última fábrica de pneus de capitais 100% nacionais. Tudo depende do Governo, de quem se espera ajuda para evitar o pior, sentencia Ribeiro dos Santos, do Sindicato da Indústria Química (Sinorquifa). Na sexta-feira, ficará determinado, em tribunal, a viabilização ou a falência da firma - este último cenário poderá tornar-se realidade caso o administrador da insolvência não apresente um plano de recuperação que garanta a sustentabilidade financeira da Camac, que vem padecendo de problemas de tesouraria alegadamente por estar a liquidar dívidas antigas no âmbito do Plano Mateus.
Paralisada desde Agosto de 2008 e insolvente desde Dezembro, a empresa sediada em Areias, Santo Tirso, tem, agora, o futuro nas mãos do poder central, já que um retrocesso nas negociações com um investidor holandês - um cliente antigo que se propunha participar nos capitais da Camac mas que, entretanto, sucumbiu à insolvência -, levou a esperança de nele se encontrar amparo. Esta estratégia era, aliás, o pilar do plano de reestruturação da firma, não tendo sido encontrado, até agora, um investidor alternativo.
"Não havendo desenvolvimentos positivos, não haverá plano de recuperação e a empresa é imediatamente liquidada", afirmou, ao JN, Ribeiro dos Santos, rogando: "Que o Governo intervenha rapidamente". O sindicalista diz que é urgente uma "injecção de capital na empresa para suprir necessidades de tesouraria"; e a urgência tem prazo: se nenhuma solução for encontrada até amanhã, o gestor judicial da fábrica não terá como apresentar, depois de amanhã, um programa de reabilitação da mesma.
"Haja ou não haja parceiro - recorde-se que o Ministério da Economia prometera apoio apenas se a Camac tivesse um investidor -, o Governo tem de tomar uma decisão para agilizar a empresa e salvaguardar os 300 postos de trabalho", alerta o dirigente sindical, sublinhando que a fábrica nada deve à banca ou ao Estado, seja à Segurança Social ou ao fisco.
Ontem, foi colocado um pano no centro da cidade de Santo Tirso, junto ao Tribunal, para reclamar, em nome dos trabalhadores, celeridade na intervenção do Ministério da Economia. Os funcionários são os maiores credores da Camac.