A Câmara do Porto acredita que a chegada da Alta Velocidade vai permitir acelerar a transformação de Campanhã, fazendo com que seja um centro de ligação da Área Metropolitana do Porto a todo o Norte e aproximando a freguesia da dinâmica urbanística que existe em outras zonas da cidade.
Corpo do artigo
"O desenvolvimento da Alta Velocidade vai permitir encurtar distâncias nesta faixa Atlântica e é também uma oportunidade para a cidade do Porto e para Campanhã em particular", considerou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, na apresentação do Plano de Urbanização de Campanhã, que decorreu esta sexta-feira.
O Plano de Urbanização que, segundo o vereador do Urbanismo Pedro Baganha, demorará uma década a ser implementado, prevê que a atual estação de Campanhã seja ampliada para oriente (no sentido das linhas) e uma nova estrutura com "seis torres" junto da Escola Profissional de Campanhã, além de uma nova praça e uma ligação do estilo vai-e-vem à zona da Alfândega, que vai substituir a funcionalidade em termos de mobilidade da Rua Pinheiro de Campanhã, que vai ser ocupada por uma via de Alta Velocidade.
Segundo o projeto do arquiteto e urbanista catalão Joan Busquets, a nova praça (Praça da Estação AV), que será situada junto à atual Moagens Ceres, será dotada de rampas de acesso a um novo estacionamento público, que ficará por baixo e terá 620 lugares. Prevê-se ainda uma passagem superior à linha, ligando todos os meios de transporte.
Para Rui Moreira, a Alta Velocidade vai ser ser assim, "um acelerador dos projetos para aquela zona que o município tem preparado nos últimos 10 ou 12 anos". "Este projeto (Alta Velocidade) vai acelerar um conjunto de transformações que a Câmara do Porto já estava a desenvolver em Campanhã e que são uma prioridade para este Executivo. Vai permitir que a Estação de Campanhã se transforme num grande centro intermodal da Área Metropolitana do Porto e do Norte do país, contemplando todos os meios de transporte, exceto o aéreo", reforçou Pedro Baganha.
"O que isto vai trazer é desenvolvimento à freguesia de Campanhã. Vai aproximar a freguesia da dinâmica urbanística que existe em outras áreas da cidade", acrescentou o vereador do Urbanismo, referindo-se, por exemplo, à construção de habitação numa zona que já foi sobretudo um pólo industrial.
O secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, concordou que o Plano de Urbanização, cujas linhas-gerais foram apresentadas há um ano, comporta "o sonho daquilo em que Campanhã se pode transformar a pretexto do desenvolvimento da Alta Velocidade".
Baganha sublinha, contudo, que o Plano de Urbanização não é algo que se conclua de um dia para o outro. "Um plano de urbanização nunca demora menos de 10 anos a ser concretizado. Este tem matéria de curto prazo mas também de longo prazo. Não queremos é que a cidade se desenvolva de forma não planeada e é por isso que este Plano de Urbanização surge", explicou.
Quanto às obras da nova estação de Campanhã, Pedro Baganha estima que demorem, pelo menos, dois anos. E garante que não haverá quaisquer "constrangimentos". O vereador desconhece, contudo, os prazos de conclusão e uma data prevista para o início da empreitada. "Estamos dependentes dos timings do concurso, porque as alterações na Estação de Campanhã estão dependentes do avanço das obras da Alta Velocidade", explicou.
Ainda assim, Baganha acredita que a execução da Alta Velocidade não irá acarretar mais problemas na mobilidade da cidade, que já se encontra carregada de obras por causa da expansão do metro. "A nossa expetativa é de que, quando começarem as obras em Campanhã, as do metro já estejam quase concluídas", disse.