O Município da Covilhã refuta que o aumento dos preços dos passes nos transportes públicos urbanos do concelho extrapolem a lei, tal como acusou a União de Sindicados de Castelo Branco, justificando que “a atualização dos valores decorre da aplicação da lei e do contrato de concessão” com a Transdev.
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Recorda ainda que esta é “mais uma prova da injustiça que o Município tem vindo a denunciar ao longo do tempo, nomeadamente pelo tratamento desigual e inaceitável que o Estado Central faz no que se refere ao financiamento das autoridades de transporte das grandes áreas metropolitanas e dos restantes municípios, nomeadamente os do interior”, reiterando “a necessidade de pôr fim a esse tratamento desigual” e que “os cidadãos do interior tenham acesso às tarifas que estão a ser aplicadas nas grandes áreas metropolitanas”.
Quanto aos preços dos passes urbanos, esclarece que “a atualização é calculada através de fórmula matemática assente em três componentes, nomeadamente a variação de salários; a variação de combustíveis; e a Taxa de Atualização Tarifária (TAT) comunicada pela Autoridade da Mobilidade e Transportes”. Assim, o aumento verificado deve-se “essencialmente ao descongelamento da TAT, por força do Orçamento do Estado para 2025, ao contrário do que aconteceu através de normativo do Orçamento Geral do Estado entre 2020 e 2024”, ou seja, o valor reflete “um aumento acumulado dos anos anteriores e a um aumento de 2,02 por cento no ano de 2025” (o único item apontado pelos sindicatos).
A Câmara corrige também o valor apontado pelo PCP da Covilhã, que falava num aumento de 20 por cento, mesmo reconhecendo que está a ser respeitado o contrato de concessão. “O descongelamento da TAT representa um aumento de 15,5 por cento”, afirma, lembrando que, comparativamente com 2019, “o salário mínimo aumentou 36,7 por cento e os combustíveis aumentaram 18 por cento”. Assim, “a única componente tarifária que efetivamente sofreu um aumento prende-se com os passes, cujo preço também se mantinha inalterado desde 2019”.
A autarquia sublinha estar a fazer todos os esforços “para que este aumento não venha a recair sobre os cidadãos, diligenciando junto da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela a possibilidade de "reafetação das verbas do programa Incentiva +TP (antigo PART) a estes aumentos”.
O JN continua a aguardar um esclarecimento por parte da empresa Transdev.