A Câmara da Póvoa de Varzim vai pedir um empréstimo de oito milhões de euros para avançar com um conjunto de obras, que serão apoiadas pelo Portugal 2030 e pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Corpo do artigo
A Autarquia justifica-se com os atrasos na chegada dos fundos comunitários. O PS acusa a maioria PSD de fazer uma “gestão eleitoralista” com o objetivo de “acelerar obras a um ano do fim do mandato”.
“Queremos dar início a um conjunto de investimentos contemplados no Plano 2030 e os atrasos consecutivos na saída de anúncios, que permitem o avanço destes investimentos não são mais compatíveis com o nosso plano de execução”, afirmou o presidente da Câmara. Aires Pereira explica que o empréstimo permitirá avançar com o Centro Ocupacional de Beiriz (e o pavilhão polivalente), a requalificação da Escola dos Sininhos, a ampliação da rede de saneamento de Balazar e Laundos, a remodelação da Estação Elevatória de Aver-o-Mar, os arranjos exteriores da Póvoa Arena e a compra do palacete Villa Georgette.
João Trocado, do PS, lamenta o “timing”. O socialista diz que “o objetivo é apenas acelerar obras para poder fazer inaugurações antes das eleições de 2025” e lamenta as prioridades da maioria social-democrata: “Uma larguíssima fatia do investimento municipal foi, nos últimos anos, para a Póvoa Arena e para o viaduto de Aver-o-Mar (prolongamento da Via B). Estes investimentos não são mais prioritários? Se se tivessem invertido as opções, este empréstimo seria desnecessário”.
Aires Pereira acredita que todas as obras, num investimento global de 16 milhões de euros, serão contempladas no Portugal 2030 e pelo PRR. Já na aquisição da Villa Georgette, o objetivo é candidatar o projeto ao Fundo de Turismo, no âmbito dos roteiros culturais. A ideia é transformar o antigo palacete de 1910 num espaço cultural e inseri-lo num roteiro de escritores, alicerçado na Póvoa berço de Eça de Queirós e no Correntes d’Escritas – Encontro de Escritores de Expressão Ibérica.
PJ fez buscas na Câmara
João Trocado perguntou, Aires Pereira confirmou: a Polícia Judiciária (PJ) fez buscas na Câmara da Póvoa no início do mês. O edil desvalorizou a ação: “As autoridades judiciárias vêm muitas vezes buscar documentos em resultado de denúncias ou processos em inquérito. Mais do que isso não posso dizer”. Aires Pereira acrescentou ainda que são “processos no âmbito de obras particulares” que estão “em segredo de justiça”.