A Câmara de Aveiro acusa a Junta de Freguesia de São Jacinto de "vários e reiterados incumprimentos" na gestão do Parque de Campismo local e, ainda, de manter uma "grave e irregular gestão financeira". Só à Águas da Região de Aveiro (AdRA), a Junta terá uma dívida de mais de 200 mil euros. Por isso, o município vai passar a assumir o controlo do parque, que encerra portas, temporariamente, a 1 de novembro, para receber obras de melhoramento.
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A situação financeira irregular da Junta de São Jacinto já havia sido denunciada, pela Câmara, há vários meses. Mas, esta quinta-feira, em reunião, o executivo camarário (de maioria PSD/CDS) decidiu mesmo retirar à Junta (a única do concelho eleita pelo PS) a gestão do Parque de Campismo de São Jacinto, alegando que a mesma colocou "em risco a segurança de pessoas e bens".
Segundo a Câmara, a Junta "nunca promoveu o licenciamento legalmente exigível" para o parque de campismo e "não realizou a manutenção de equipamentos em condições adequadas à prática de campismo, conforme ficou claro no relatório de vistoria técnica, realizada entre fevereiro e março" .
Ao que tudo indica, a lavandaria, a zona das churrasqueiras, as redes de energia elétrica, iluminação, telecomunicações e deteção de incêndios, assim como a rede de segurança contra fogos, "apresentam-se em mau estado de conservação", acusa a Câmara. Por isso, a Junta terá até 31 de outubro para desocupar o espaço.
Dívidas
A Câmara de Aveiro alega que teve conhecimento, recentemente, que a Junta tem uma dívida à AdRA "que ascende a 204 229 mil euros, à data de 14 de junho". "Essa dívida ainda não determinou o corte da água da Junta e do Parque de Campismo pela AdRA, devido à diligência direta do presidente da Câmara, Ribau Esteves, junto do presidente da AdRA, Fernando Vasconcelos, que sensibilizou a empresa para o facto de permanecerem pessoas naquele espaço e tendo em linha de conta a iminência do encerramento do parque", explicou a Câmara, adiantando que a Junta também deve cerca de 150 mil euros a várias empresas. Ao JN, António Aguiar, presidente da freguesia, disse não querer prestar declarações sobre o assunto.