Dezoito imóveis da Câmara de Aveiro foram a hasta pública, esta terça-feira de manhã. Desses, só cinco acabaram vendidos por cerca de um milhão de euros. O valor é significativamente inferior àquele que a autarquia contava arrecadar: a soma das bases de licitação de todos os imóveis ascendia aos 15,1 milhões.
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Um espaço comercial situado junto ao canal central no centro da cidade, onde funcionava o Ria Café, foi o imóvel vendido pelo preço mais alto: 366 mil euros, o que correspondia ao valor base de licitação. Os investidores que o adquiriram são os mesmos que já têm duas lojas que existem ao lado desse edifício – e que também são operadores marítimo-turísticos –, mas adiantaram ao JN ainda estarem a decidir a futura utilização das mesmas.
De resto, o Município de Aveiro conseguiu alienar uma fração habitacional na União de Freguesias de Glória e Vera Cruz com 76 metros quadrados por 266 mil euros, sendo que a mesma tinha como valor base de licitação 155 mil euros. Ainda na mesma freguesia, vendeu duas parcelas de terreno: uma por 68 220 mil euros e outra por 93 mil. Também teve comprador um terreno industrial na Zona Industrial de Taboeira, arrematado por 270 200 euros.
Terreno para habitações a custos controlados sem licitações
De fora das licitações ficou o terreno localizado junto ao antigo Centro de Saúde Mental de São Bernardo, destinado a cerca de 120 fogos de habitação a custos controlados e dando, ainda, para a construção de sete moradias. Foi a segunda vez que foi a hasta pública, desta vez por 2,3 milhões de euros – menos 700 mil do que da primeira tentativa.
Segundo Rogério Carlos, vice-presidente da Câmara de Aveiro, no caso desse terreno de São Bernardo, a falta de licitações não se deveu ao preço. “Vimos que há aqui algumas condicionantes, quando falamos de habitação a custos controlados, devido aos prazos. Porque estamos a falar de licenças que não dependem do promotor e que, quando temos sobre aquele imóvel condicionantes temporais, podem pôr em causa todo um negócio para o promotor”, adiantou. O autarca referia-se às licenças que são necessárias por parte do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, que podem ultrapassar o prazo que a Câmara estipula para o comprador construir os edifícios em causa.
Por licitar ficou, também, um conjunto de seis lotes para construção nas Agras do Norte, com um preço base total de quase oito milhões de euros, assim como 25 lotes de construção, nas Quintãs, freguesia de Oliveirinha, que valiam, no conjunto, um mínimo de 840 mil euros. Esses imóveis, adiantou Rogério Carlos, não deverão voltar a hasta pública, pois “já foram três vezes e tivemos a constatação que, infelizmente, não há interessados para aquela zona do nosso território”.
Quanto aos restantes lotes que não tiveram interessados, o vice-presidente da autarquia garantiu que o Município vai “analisar, caso a caso, para criar condições que permita voltarem ao mercado brevemente”.
