Câmara de Braga promete mais de quatro milhões de euros para obras profundas nas vias
Condutores criticam o estado das ruas e avenidas de Braga, agravado com as últimas chuvas. A Autarquia já gastou 90 toneladas de betão para tapar buracos.
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Sérgio Quintino vive há uma década na Avenida de Antero de Quental, em Braga, e sempre que chega o inverno não se lembra de ver a estrada de outra maneira senão "toda esburacada". Liliana Ribeiro apanhou um susto com "a cratera" que viu na Rua do Bairro da Alegria, e Abel Lima, morador em S. Vicente, diz que a filha "até já rebentou um pneu" num buraco. Desde setembro, o município gastou 90 toneladas de betão para reparar vias rodoviárias que se degradaram à conta da chuva intensa dos últimos meses. Mas a vereadora Olga Pereira promete mais investimentos, acima dos quatro milhões de euros, para obras estruturais.
"Isto parece uma estrada da Ucrânia. Precisa de obras há muitos anos", reclama Afonso Gonçalves, dono de um café na Avenida de Antero de Quental, onde é comum entrarem "clientes chateados" com o estado da via. "Há pedras que saltam e batem nos carros. Já houve quem chamasse a PSP porque o carro ficou danificado", conta o empresário ao JN.
Sérgio Quintino confirma que são "muitas as vezes" que apanha "sustos" com os buracos que encontra à porta de casa. "Já chegamos a fazer um abaixo-assinado, mas só fazem remendos e isso não adianta", lamenta o morador. "Vêm tapar os buracos, mas nem uma semana dura", acrescenta João Louceiro, outro habitante da zona.
As queixas multiplicam-se da parte de outros bracarenses e comerciantes que têm atividade na avenida que liga o centro comercial Braga Parque ao Braga Retail Center. "É vergonhoso. É um caos andar na cidade atualmente", atira Liliana Ribeiro, cliente de uma esteticista.
Olga Pereira, responsável pelas obras municipais, garante que a Avenida de Antero de Quental faz parte de um conjunto de artérias que foram tidas como "prioritárias" para uma intervenção profunda, porque já "não aguentam mais um inverno". Incluem-se, também, nesta lista a Rua de D. Pedro V, a Avenida do Frei Bartolomeu dos Mártires, a Rua do General Norton de Matos e a Avenida do Covedêlo, esta última na freguesia de Celeirós, mais afastada do centro da cidade.
Só para estas artérias, a estimativa é que sejam necessários cerca de quatro milhões de euros. Destes, três milhões serão destinados apenas à Avenida do Frei Bartolomeu dos Mártires, que liga o Minho Center ao Braga Parque. "Fizemos um levantamento das vias que precisam de requalificação, em função de não ser viável limitarmo-nos a tapar os buracos", frisa Olga Pereira, convencida de que será possível, durante o ano, lançar alguns concursos para arrancar com as intervenções.
Resposta mais eficaz
Entretanto, enquanto as obras estruturais não avançam, a autarquia está a preparar um concurso para um acordo-quadro, que tem como objetivo responder de forma mais eficaz à reparação das vias que ficam esburacadas. A vereadora adianta que serão escolhidas três empresas, entre as candidatas ao concurso que terá de ter validação do Tribunal de Contas.
Desde setembro, os serviços municipais já contabilizaram 500 intervenções na rua, com aplicação de 90 toneladas de betão que custaram 80 mil euros aos cofres municipais. Olga Pereira defende que o problema "não é exclusivo de Braga" e é "precipitado pelas condições atmosféricas adversas que se têm feito sentir, quase ininterruptamente, ao longo dos últimos meses".