Câmara de Gaia alarga auditoria interna para apurar perda de fundos do PRR

Câmara de Gaia avança com auditoria para apurar eventual "gestão danosa"
Foto: Pedro Granadeiro
Após ter anunciado uma auditoria interna à perda de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na ordem dos oito milhões de euros, destinados à requalificação de escolas, a Câmara de Gaia, liderada por Luís Filipe Menezes, vai alargar a auditoria à área da Saúde, devido à desistência de candidaturas ao PRR estimadas em "quase 16 milhões de euros". Menezes antecipa que se ficar provado que houve "gestão danosa" por parte do anterior executivo socialista, "os factos terão que ser participados às autoridades".
O tema foi introduzido, esta terça-feira, na reunião da Câmara de Gaia, pelo vereador Firmino Pereira, referindo-se a projetos nos Carvalhos, Oliveira do Douro e Grijó. Nos Carvalhos tem a ver com a Unidade Local de Saúde "já em execução".
Luís Filipe Menezes confirmou a auditoria interna e até pode avançar, "se for o caso", para uma "auditoria externa", e enfatizou que se vier a ser provada "gestão danosa" por parte do anterior executivo socialista, "os factos terão que ser participados às autoridades, porque lesaram muito os munícipes".
Em relação ao assunto, designadamente ao que foi dito na área da Saúde, João Paulo Correia, do PS, fez um requerimento à Câmara Municipal para "fornecer a mesma informação de que dispõe Firmino Pereira para poder falar em pé de igualdade" com o vereador da coligação PSD/CDS/IL.
Recuo no IRS
Quanto a José Carlos Rodrigues Oliveira, nome indicado por Menezes para representar a autarquia na Administração do Hospital de Gaia, o PS apresentou uma moção para chumbar essa indicação, ao lembrar que o antigo presidente da Junta de Freguesia da Madalena foi "condenado em tribunal por burla" num processo contra a própria junta.
A moção foi a votos e a coligação PSD/CDS/IL e o Chega mantiveram a escolha. "Conheço-o bem e não tenho dúvidas sobre a sua integridade. Se foi condenado, já pagou por isso. Não é um fator impeditivo para exercer funções públicas. É uma pessoa altamente qualificada", defendeu o vice-presidente Álvaro Santos.
O nome foi proposto durante a reunião do Conselho Metropolitano do Porto, na passada sexta-feira, tendo Menezes revelado que a indicação recolheu "16 votos favoráveis" dos presidentes das câmaras da Área Metropolitana, "oito delas do PS".
Após ter aprovado, há duas semanas, o aumento do IRS para 3% em Gaia, esta terça-feira o executivo voltou atrás e decidiu manter a taxa municipal em 2,5%. O PS optou pela abstenção neste ponto.
Aumento da taxa turística
Por unanimidade foi aprovada proposta de apoio financeiro às atividades de todas as juntas de freguesia do concelho, num montante global de 250 mil euros.
Antes da Ordem de Trabalhos, e na resposta a uma munícipe, o vice-presidente, Álvaro Santos, adiantou que a lista de espera por habitação em Gaia conta com "1800 pedidos". O vice recordou que há um protocolo estabelecido com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), na ordem dos "143 milhões de euros", pelo que "há que acelerar processos" para dar respostas às pessoas que procuram casa.
Por sua vez, João Paulo Correia considerou que a "subida da taxa turística" é "prioritária". O vereador do PS justificou que o aumento servirá para "suportar os custos do município inerentes ao turismo" e também "equiparar com o valor da taxa praticada no Porto". Sobre este tema, a coligação que governa a Câmara de Gaia nada disse.

