A Câmara de Gaia apresentou, esta quinta-feira, um resultado líquido positivo de 14,8 milhões de euros relativo a 2023, o que representa um acréscimo de 13 milhões de euros em relação a 2022. As rubricas da receita e da despesa aumentaram, sendo de salientar a incorporação de mais 1200 trabalhadores no município.
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Por força da descentralização e da transferência de competências, a autarquia gaiense passou de 2600 trabalhadores municipais para 3800. Na apresentação das contas, Eduardo Vítor Rodrigues anunciou que a reabilitação dos Paços do Concelho termina em outubro e que nessa data o gabinete do presidente, bem com os dos vereadores, voltarão a funcionar todos nesse edifício.
Na explicação, que decorreu num hotel junto à Ponte de Luís I, o autarca falou do "aumento da receita", a beneficiar do "crescimento da atividade económica" e de rubricas como a "taxa da cidade". Mesmo o valor arrecadado com o IMI subiu, não obstante o imposto a pagar tenha baixado para 0,36%. "Gaia está entre os maiores municípios do país no licenciamentro de obras", destacou.
A despesa também aumentou, havendo a registar que só os "gastos com o pessoal representam 35% do total". A massa salarial agravou-se, muito à custa da incorporação de trabalhadores nos setores da Educação e Saúde, fruto da descentralização. Os transportes, "uma prioridade absoluta" para a Câmara, particularmente as participações na "STCP e na Unir têm um custo de três milhões euros anuais". Tanto "na bilhética, como na operação".
No entanto, o resultado líquido, de 14,8 milhões de euros, deixa "tranquilo" Eduardo Vítor Rodrigues. "O serviço da dívida é o mais baixo de sempre. Nem foi necessário recorrer a qualquer financiamento de curto prazo", declarou.
Cinco novas creches
Mediante a candidatura a fundos comunitários, o concelho terá cinco novas creches, cada uma com capacidade para 66 crianças. As creches ficarão localizadas em Canidelo, Oliveira do Douro, Afurada, Pedroso e Grijó. "É uma ajuda para as famílias, mas não resolve na totalidade a procura", admitiu, dados os muitos pedidos e o número de vagas existentes para este tipo de equipamentos.
Também programada está a remodelação das escolas EB 2/3 de Gaia Nascente, Carvalhos, Grijó e Canidelo, a contar com verbas do PRR.
O multiusos dos Arcos do Sardão, assim como novos pavilhões em Vilar do Paraíso e no Olival fazem parte da agenda. No Olival, após o impasse vivido, a situação está desbloqueada e "será lançado concurso para encontrar um novo empreiteiro".
A cumprir o teceiro e último mandato, o autarca prometeu "não deixar a Câmara na penúria", como diz ter herdado. "Não haverão essas coisas de receitas antecipadas ou outras jiga-jogas", garantiu, numa crítica ao executivo que o precedeu, liderado por Luís Filipe Menezes, do PSD.