A Câmara Municipal de Guimarães pretende comprar um prédio urbano, onde estão instalados o polidesportivo, o parque de campismo e um restaurante, na vila das Taipas, à Turitermas, uma cooperativa em que o Município tem uma participação de 94%. O objetivo é sanear as contas daquela entidade, a braços com uma divida bancária superior a cinco milhões de euros. A oposição fala em "engenharia duvidosa".
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A Taipas Turitermas foi criada em 1985 para rentabilizar as termas e os equipamentos turísticos da vila. A cooperativa reabilitou ou construiu uma série de infraestruturas, como os Banhos Velhos, os Banhos Novos, o polidesportivo e as piscinas de verão.
O presidente da Câmara, Domingos Bragança, situa a origem do desequilíbrio no modelo de financiamento. "Não está em causa o mérito das obras, que foram muito bem conseguidas. Só que se esperava para os Banhos Novos uma comparticipação de fundos europeus que não foi conseguida", refere.
Por outro lado, Domingos Bragança sublinha que os empréstimos que a Turitermas contraiu "não têm períodos de amortização de acordo com a libertação de fundos".
Já para a oposição PSD/CDS - que votou contra esta proposta na reunião do executivo de ontem - "esta aquisição do património da cooperativa é para saldar empréstimos e resolver problemas de tesouraria".
A Turitermas fez investimentos para os quais não tinha dinheiro e agora os vimaranenses vão pagar dois milhões de euros para suportar os erros de gestão
Segundo o vereador Bruno Fernandes, "a Turitermas fez investimentos para os quais não tinha dinheiro e agora os vimaranenses vão pagar dois milhões de euros para suportar os erros de gestão".
O mesmo vereador salienta ainda que se está a "adquirir património que já é do Município, numa engenharia financeira duvidosa".
A proposta de aquisição de património da Turitermas, aprovada pela maioria socialista, carece ainda do visto do Tribunal de Contas. Em 2017, a Câmara já tinha procurado resolver a falta de liquidez através de um aumento de capital, no valor de 1,6 milhões de euros, solução chumbada pelo Tribunal de Contas, com o fundamento de que se tratava de um subsídio ao investimento, proibido por lei.