Um ano depois do fogo que matou dois indianos que viviam com mais de uma dezena de imigrantes na Mouraria, queixas de más condições subiram.
Corpo do artigo
Um ano depois do incêndio num rés do chão que tirou a vida a dois imigrantes que viviam em situação de sobrelotação, na Mouraria, em Lisboa, quem lá trabalha garante que "nada mudou" e que o problema "piorou". A Câmara de Lisboa diz, contudo, que "houve um aumento do número de fiscalizações e das denúncias de sobrelotação", tendo recebido 239 queixas.
Na fachada do número 55 da Rua do Terreirinho, na Mouraria, ainda se conseguem ver as manchas pretas do fogo que deflagrou há um ano e matou pai e filho de nacionalidade indiana. Ali moravam 16 pessoas, uma situação que se repete "porta sim, porta não". Num prédio ao lado do que ardeu, quase que acontecia outra tragédia. "Os paquistaneses que viviam lá estavam a fazer obras na cave para caberem mais pessoas lá dentro e uma parte abateu. Não morreu ninguém por sorte, mas a proteção civil veio cá e tiveram de sair", conta Paulo Augusto, comerciante naquela rua.