Foram encontrados animais mortos na foz do rio Onda, que desagua junto à praia de Angeiras, em Matosinhos, esta quinta-feira. A situação levou a Câmara a exigir às autoridades que atuem com rapidez para identificarem a origem da poluição.
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A praia de Matosinhos foi, ontem, interditada devido à presença de bactérias que podem causar gastroenterite.
Imagens partilhadas nas redes sociais mostram peixes, patos e outras aves mortos junto a água suja, perto do areal. A acompanhar a publicação surgem criticas face à impunidade de quem, ilegalmente, faz descargas, impedindo que a população possa usar a praia.
De acordo com a Câmara de Matosinhos, o “foco de poluição na praia de Angeiras Norte, proveniente de uma descarga no rio Onda, em Vila do Conde”, foi detetado na terça-feira e levou à mobilização de técnicos da autarquia. Hoje voltaram ao local e constataram a “intensificação da mancha poluente – desta vez com um odor ainda mais intenso”, indicação de que o “problema persiste sem solução à vista”.
“É inaceitável que, passados dias, não tenha sido ainda identificado o agente poluidor, nem travada esta descarga que já compromete a qualidade das águas em Angeiras Norte e Labruge”, critica a autarquia em comunicado, exigindo que as entidades competentes, como o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR e a Agência Portuguesa do Ambiente, “atuem com eficácia e urgência”.
“Não basta monitorizar: é preciso agir. É imperativo que as análises da água tenham resultados em tempo útil e que se identifique imediatamente a origem desta descarga criminosa”, acrescenta, assegurando que não permitirá que as praias do concelho sejam “vítimas silenciosas de negligência ambiental”.
Bactérias patogénicas
Ontem, foi a vez da praia de Matosinhos ser interditada a banhos, algo que acontece pela terceira vez desde junho. O Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos indica que desde segunda-feira e até ao próximo domingo é desaconselhado tomar banho.
Um documento assinado pelo Delegado de Saúde Regional do Norte, Gustavo Tato Borges, dava nota de que as últimas análises à qualidade da água revelam a presença de bactérias patogénicas, mais concretamente Escherichia coli e Enterococos intestinais, encontradas nas fezes humanas ou de animais. Podem colocar em risco a saúde dos banhistas, provocando, nomeadamente, gastroenterite (diarreia, náuseas, vómitos e febre).
Tal como o JN noticiou, a Câmara detetou 900 ligações ilegais nas ribeiras urbanas, incluindo na da Riguinha, que desagua na praia de Matosinhos, estando a desenvolver um plano de combate à poluição das linhas de água.