A Câmara de Matosinhos vai transformar um edifício de interesse municipal num espaço destinado a alojamento urgente e temporário. A obra de requalificação já arrancou e representa um investimento de 750 mil euros.
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Trata-se de um edifício, de finais do século XIX inícios do século XX, situado na Rua do Godinho, que foi classificado como imóvel de interesse municipal por deliberação municipal de 27 de julho e 2021.
O edifício já começou a ser alvo de uma intervenção, no passado dia 22 de maio, que visa a sua ampliação e transformação com vista à criação de quartos destinados a alojamento urgente e temporário. A obra, orçada em 750 mil euros, foi adjudicada à Westview – Engenharia e Reabilitação, Unipessoal, Lda, tendo um prazo de execução de 12 meses.
“Destina-se a acolher pessoas em situação social frágil”, lê-se na memória descritiva do projeto, que visa a transformação do imóvel numa unidade para integrar a Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário.
A empreitada prevê a demolição integral de uma adição na alçada posterior e a sua substituição por uma nova construção, ao nível dos três pisos do edifício, com implantação semelhante. “No interior do edifício principal serão demolidas as divisórias, o piso principal e o piso do desvão do telhado. A cobertura será desmontada e refeita, mantendo o desenho e volumetria atuais”, adianta a Câmara de Matosinhos.
“Os trabalhos principais consistem em demolições, execução de estrutura em betão armado, instalações hidráulicas prediais, abastecimento de água, drenagem de águas residuais, pluviais, instalações e equipamentos elétricos, infraestruturas de telecomunicações, instalações eletromecânicas, segurança contra incêndios”, acrescenta a Autarquia.
No final, o edifício terá cinco quartos para alojamento urgente e temporário, todos com casa de banho, para se eliminar, assim, “um possível foco de conflito ou desconforto”, uma vez que aquela solução destina-se a pessoas que poderão ter “hábitos culturais e comportamentais diferentes”.
Além dos quartos, a habitação terá duas salas comuns, cozinha e lavandaria, sala de refeições e gabinete para os técnicos e para formações.
Com a nova unidade, a Autarquia espera contribuir para a erradicação da pobreza, a redução das desigualdades e a criação de paz e justiça social.
A Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário visa “dar uma resposta estruturada e transversal para as pessoas que carecem de soluções de alojamento de emergência ou de transição, tendo em vista a sua inclusão social, proteção e autonomização, o combate às desigualdades e a garantia de uma adequada proteção social face a situações de risco e emergência”.
O programa visa a criação em todo o país de dois mil alojamentos de emergência ou de acolhimento/ transição, de natureza transversal, representando um investimento de 203 milhões de euros, apoiado pelo PRR (Plano de Recuperação e Resiliência).