A Câmara do Porto não autorizou a cedência do Teatro Rivoli para um concerto promovido pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e apoiado pela CDU. Em causa a posição do PCP face ao conflito na Ucrânia. A sessão musical, que iria realizar-se este domingo, acabou por ser substituída por uma manifestação pela paz, na Praça D. João I.
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O pedido à Câmara do Porto para apoiar o concerto no Rivoli, que implicaria o pagamento de horas extraordinárias aos técnicos municipais, terá sido feito pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo (e figura proeminente do CPPC), ainda antes do rebentar da invasão russa na Ucrânia. No entanto, com a escalada da guerra e "perante a posição do PCP em relação ao conflito", explicou fonte próxima do presidente da Autarquia, Rui Moreira, a Câmara do Porto decidiu não apoiar a iniciativa.
A mesma fonte explicou ao JN que o apoio não foi concedido uma vez que se trata de uma "organização comunista e de apoio ao inimigo invasor da Ucrânia".
O JN contactou a vereadora Ilda Figueiredo, que afirmou que a iniciativa deste domingo, na Praça D. João I, em frente ao Rivoli, pelas 16 horas, "não é um concerto", mas sim uma iniciativa que engloba uma série de momentos culturais de artistas solidários, sob o mote "Parar a guerra! Dar uma oportunidade à Paz!". Sobre um eventual conflito com a Autarquia, a vereadora remeteu quaisquer comentários para este domingo.
Numa resposta à vereadora, à qual o JN teve acesso, Rui Moreira explicou que "o Município não pode aprovar esta iniciativa que, ainda por cima, é promovida sob a égide de um partido político que tem vindo a branquear o hediondo ataque da Rússia".
De acordo com o mesmo documento, o pedido de apoio à iniciativa foi parte integrante de uma moção que a CDU apresentou numa reunião de Câmara, "que foi votada e rejeitada pela esmagadora maioria dos vereadores", com 11 votos contra e dois a favor.