<p>As paragens de autocarros na Avenida 25 de Abril, em Corroios, Seixal, estão por reformular quase dois meses depois de um homem ter morrido e uma mulher ficado ferida após um choque com o Metro Sul do Tejo.</p>
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A Câmara do Seixal já advertiu as autoridades para a necessidade de ser feita uma intervenção rápida para evitar situações idênticas. "Esperemos que mais nenhum acidente aconteça, mas de facto as condições no terreno são propícias", nota o vice-presidente Joaquim Santos. "A Câmara alertou inúmeras vezes o Ministério das Obras Públicas, que era quem tinha competência para resolver a situação, e até hoje nada foi feito", acrescenta, frisando que o acidente "poderia ser evitável se a paragem tivesse condições de segurança".
"O que faz falta é avançar-se para a concretização da solução, porque já existe há cerca de quatro anos", realça, explicando que a proposta da autarquia prevê a criação de bolsas para os autocarros - que segundo o projecto inicial não iam circular no mesmo eixo que o MST - encostarem. "Quem tinha a responsabilidade, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), de avançar com a necessária articulação dos dois modos de transporte não o fez", critica Joaquim Santos.
A 8 de Julho, António Figueiredo, de 75 anos, e Maria Alice, de 76, atravessavam a linha do metro para apanhar um autocarro quando foram atropelados. O homem teve morte imediata e a mulher ficou gravemente ferida, tendo recebido alta hospitalar há cerca de uma semana.
O facto de ainda não haver culpados está a angustiar a família do casal de Vale Milhaços. "A vítima que sobreviveu correu perigo de morte e precisa de assistência, por ordem médica, numa clínica de recuperação que não estamos em condições de pagar", queixou-se um familiar à Lusa.
Contactado pelo JN, o IMTT não prestou qualquer esclarecimento sobre o acidente. Fonte da Secretaria de Estado dos Transportes adiantou, por seu lado, que o Gabinete de Investigação de Segurança e Acidentes Ferroviários abriu um inquérito para apurar responsabilidades.
Ao que o JN apurou, o relatório da concessionária Metro Transportes do Sul, que incluiu a análise do cartão de memória do veículo, conclui que o condutor não cometeu erros e atribui responsabilidades ao casal por ter passado a linha do metro inadvertidamente.