Na qualidade de "terceiro parceiro da Red Bull Air Race", estatuto decorrente da utilização do aeródromo de Vilar de Luz, o município da Maia tomou posição contra a possibilidade de a prova ser transferida para Lisboa.
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Em declarações ao JN, o presidente da Câmara, António Bragança Fernandes, assume esse desígnio do Norte e da Área Metropolitana do Porto, empunhando a bandeira regionalista: "O poder de decisão está todo em Lisboa, e também nos querem tirar o poder de diversão".
Admitindo que problemas de financiamento estejam por trás da possibilidade de transferência da localização da corrida, o autarca considera que "o Estado devia subsidiar o que está em falta", embora não veja aí uma solução definitiva. Reclamando a urgência de avançar com o processo de criação de regiões administrativas em Portugal, mesmo, que vá contra a corrente dominante no partido a que pertence, deixa claro que, neste caso, "se houvesse uma região, ela defenderia a Red Bull".
Como as coisas estão, é no poder local que está a força reivindicativa. "Os autarcas do Norte devem juntar-se todos", diz Bragança Fernandes, que, admite a possibilidade de uma união de esforços: "Se o assunto for agendado para uma reunião da Junta Metropolitana do Porto - e isso caberá às câmaras de Gaia e do Porto, que estão directamente envolvidas -, penso que haverá uma decisão unânime".
No caso da Maia, o apoio tem sido materializado na utilização do aeródromo municipal, onde a organização assenta a parte logística (há aviões de maior dimensão, que não podem aterrar na pequena pista do Parque da Cidade, no Porto, e é dali que os pilotos saem para treinos, nos primeiros cinco dias de prova). Além de os aviões aterrarem sem pagar qualquer taxa ao município, segundo o presidente, vários melhoramentos, que tinham ser feitos, foram acelerados devido à prova, seja na remodelação da aerogare, na construção de novos hangares ou na requalificação dos acessos.