Junta de Calendário, em Famalicão, conta ter videovigilância até final do mês. Vai custar 10 mil euros.
Corpo do artigo
Os furtos e os objetos que indiciam rituais, como champanhe, sal, embrulhos com carvão e cabelo, no cemitério de Calendário, em Famalicão, levaram a Junta de Freguesia a decidir instalar câmaras de videovigilância. O equipamento constitui um investimento de dez mil euros e deve estar a funcionar até ao final do mês.
"Há cerca de três anos que as pessoas nos alertam para objetos que desaparecem, hoje uma floreira, amanhã um ramo de flores, imagens e crucifixos", adiantou Estela Veloso, presidente da Junta de Calendário, uma das freguesias mais populosas do concelho.
"Também desaparecem vassouras e baldes, que temos de repor três vezes por ano", acrescenta. Aliás, há cerca de dois anos, foi apanhado no cemitério um indivíduo com um carrinho de compras do supermercado em frente a furtar material. "Apanhámo-lo porque, ao fugir, caiu e partiu uma perna", conta.
Segundo a autarca, os furtos começaram a ser uma "preocupação", mas a gota de água surgiu quando começaram a ser encontrados objetos relacionados com rituais. Estela Veloso avança que chegaram a encontrar junto ao portão uma mesa posta com uma toalha de pano, champanhe e rosas, como se alguém tivesse ali estado a fazer uma refeição.
São ainda encontradas campas cobertas de sal, embrulhos com carvão ou cabelo junto às sepulturas. E se os furtos acontecem durante o dia, os objetos que indiciam rituais são ali colocados durante a noite.
O cemitério tem três entradas e encerra às 20 horas. "É um local de muito respeito e as pessoas ficam tristes e revoltadas com isto", afirma a autarca, notando que nem o facto da PSP passar por ali intimida os autores. Além das seis câmaras de videovigilância, Estela Veloso vai ainda reforçar a iluminação do cemitério. A autarca espera que as câmaras possam "intimidar" quem furta e os autores dos rituais.