<p>O camião de uma empresa de extracção de granitos da Póvoa de Lanhoso está, há 48 horas, parado na freguesia de Horto. A GNR tem o veículo apreendido por alegada fuga do motorista. A empresa diz que avariou.</p>
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Eram cerca das nove da manhã quando o motorista de um camião da empresa de extracção de granitos António Alves Pereira, da Póvoa de Lanhoso, parou o veículo na zona de acesso ao castelo de Lanhoso, por alegadamente ter avariado. "O nosso funcionário comunicou-nos imediatamente a avaria e de boleia seguiu para o seu local de trabalho". Uma hora depois, o gestor da empresa, Mário Silva, recebe um telefonema do comando distrital de Braga da GNR a dizer que "o veículo estava apreendido porque o motorista não parou numa operação Stop que estava a decorrer para verificação de cargas e abandonou o camião".
A partir daqui, Mário Silva diz que foi montado "um espectáculo nada dignificante". Primeiro, porque "a GNR não queria deixar que um mecânico fizesse uma vistoria ao veículo para verificar se estava ou não avariado. Depois de muita conversa lá acederam e puseram um guarda a tomar conta do mecânico". Perto das cinco da tarde é comunicado que um reboque vai proceder à remoção do veículo do local: "chegou duas horas e meia depois e quando tenta rebocar o camião a parte da frente do reboque eleva-se".
Versão diferente tem a GNR: "o motorista escusou-se a fazer a pesagem do camião e ausentou-se do local", começa por explicar o comando distrital. "O camião passou pela nossa patrulha e estava a funcionar", acrescentando que "a GNR está convencida que o camião tem carga a mais e por uma questão de igualdade para com todos os outros cidadãos não podemos abdicar do cumprimento dos requisitos legais".
O responsável pela GNR revela ainda que devido "às dificuldades do terreno, por não ser plano, tornava-se inviável a colocação da balança para se proceder à pesagem". A carga, cujo valor ronda os 30 euros, esteve mais de 36 horas sem poder ser removida. Ontem, ao final da tarde, pedra por pedra foi retirada e pesada, ficando o camião avariado no local.
O gestor da empresa, Mário Silva, é também crítico pela forma como a GNR conduziu o caso: "será que era necessário ter aqui oito patrulhas, 16 homens a tomar conta do camião? E não são eles que passam a vida a criticar por não terem meios e desta vez montam todo este espalhafato?"
O responsável pela GNR recusa a ideia de que estiveram tantos homens ao mesmo tempo no local e revela que a permanência da GNR obedeceu aos princípios de autoridade e de segurança.