A vila de Caminha está a postos para viver, a partir desta quarta-feira, mais uma edição da feira medieval, este ano dedicada ao tema “Pax Dei” (Paz de Deus).
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Um “arauto” anunciará, às 18 horas, o início do evento, que se prolongará até ao próximo domingo. De acordo com informação divulgada pela câmara local, que organiza a feira, sob a designação de Caminha Medieval, o arranque será assinalado com “a abertura das portas do burgo e animação com música medieval – Arribamonte, Sacarrabos e Cabra Cega”.
“A Vila de Caminha prepara-se para mais uma viagem no tempo. Caminha Medieval 2025 vai ter como tema “Pax Dei” (Paz de Deus), que não podia ser mais atual, e nos leva até uma época, há mais de mil anos, em que se achou por bem estabelecer regras em tempo de conflito/guerra e proteger certas categorias da população”, anuncia aquela autarquia, referindo que as ruas da localidade “vestiram-se a preceito” para um evento que promete ser feito “de magia, muita cor, muita alegria e muita animação”. E que contará também com “boa gastronomia e todo o tipo de produtos”, além da presença, no centro histórico de Caminha, de “mercadores, saltimbancos, cavaleiros e outras personagens”.
Em termos de programação, a câmara destaca o concerto de “BalFolk - Danças do Mundo Medieval, com os “Flôr da Pele”, que, com “mazurkas, schottisches e outros ritmos tradicionais, convidam o público a dançar”.
De acordo com a organização, o tema deste ano “remete para o Concílio de Charroux, uma reunião eclesiástica realizada em 989 na Abadia de Charroux, em França, com o patrocínio do Duque Guilherme IV de Aquitânia”. Explica que “o Concílio ficou na História da Igreja e da História Medieval por ser um dos primeiros a tratar o tema da Paz de Deus”, e a “assentar na premissa que um cristão não podia matar ou fazer mal a outro cristão”. “Proibia expressamente as pilhagens, os roubos, os atos de violência contra as populações e procurava excluir do envolvimento nas guerras os indefesos (velhos, mulheres, crianças, clérigos, gente desprotegida)”, descreve.
Na descrição da temática da edição 2025 da feira medieval, a autarquia descreve também a “punição”, em forma de “excomunhão”, a que estavam sujeitos “aqueles que violassem a paz e atacassem pessoas ou propriedades protegidas”.
