Há um promotor privado pronto a investir 9,8 milhões de euros na criação de um hotel de 5 estrelas e de uma escola de hotelaria na ala sul do Mosteiro de Arouca.
Corpo do artigo
O anúncio foi feito por Fernando Mendes, candidato da coligação "Somos Arouca", que celebrou mesmo um protocolo de intenção com o presidente do conselho de administração do grupo Hotéis Premium, para avançar em caso de vitória eleitoral.
Em jeito futebolístico, o candidato assinou um contrato promessa mesmo antes de ser eleito e explica porquê: "Já se fala nisto há vinte anos. Em 2008 houve um concurso público para criar uma unidade hoteleira no Convento e não apareceu nenhum promotor interessado", explica Mendes, que adianta: "Sei bem qual é a lei. Este é apenas um protocolo de intenção, obviamente que o projeto tem que ir a concurso público. O atual Executivo diz que não há ninguém, quero só mostrar-lhes que nós temos alguém".
No lado da Oposição, Francisco Gonçalves, da CDU, garante que "isto não tem nenhum poder efetivo, até porque o edifício tem restrições legais". "Seria razoável o eventual contrato ser assinado por um autarca eleito, isto é um não assunto", diz o candidato, que classifica o protocolo como um "fait diver" que não tem qualquer perspetiva de se vir a concretizar.
Também Victor Brandão, candidato independente, que apresentou, na sexta-feira, uma queixa na GNR contra um membro da comitiva de Fernando Mendes, por ataques verbais e ameaças de morte durante a abertura da Feira das Colheitas, se pronunciou. O independente refere que o contrato promessa representa "desonestidade e ignorância". "Obviamente só o presidente eleito é que teria esse direito. Isto é achincalhar a política", garante o também provedor da Santa Casa de Arouca, que diz que "isto não acontece em lado nenhum".
A fórmula, frequentemente usada em eleições para presidir aos clubes de futebol - em que os candidatos apresentam reforços e assinam contratos mesmo antes de serem eleitos - é descredibilizada pela Oposição. Na corrida à Câmara de Arouca estão ainda Margarida Belém, pelo PS, e José Costa Gomes, do PPM.