O centro de recolha de animais da Maia é pequeno e está a rebentar pelas costuras. Tanto que os gatos estão todos juntos e os cães mal têm espaço nas jaulas. Com associações já a protestar, a Câmara admite fazer obras
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É junto ao ecocentro da Folgosa que, desde 2009, funciona o Centro Municipal de Recolha Oficial de Animais de Companhia da Maia. Espaço que está, quase sempre, com a lotação esgotada, muito embora só tenha em regime de acolhimento temporário 16 cães e 12 gatos. No final do ano passado, foram gastos sete mil euros numa nova cobertura e cerca de dez mil na renovação do material cirúrgico. Ainda assim, é cada vez mais premente uma intervenção profunda.
Não só porque, desde que, há um mês, o centro passou a acolher gatos, torna-se fulcral "criar condições para que os animais não fiquem circunscritos a uma jaula", mas também para que haja uma maior capacidade de resposta face ao crescente número de gatos e cães que são abandonados, sublinhou Fernando Rodrigues, veterinário municipal da Maia, que acumula funções em Valongo.
Aliás, o profissional é perentório: "Não basta que os centros de recolha de animais tenham jaulas, estas precisam também de ser espaços aprazíveis".
Mas ali, ainda há muito a fazer nesse sentido: os gatos, adultos e bebés, estão todos na mesma jaula de cimento, sem ninho, tentando esquivar-se entre as grades (alguns conseguem mesmo sair), já os cães têm um espaço reduzido (ainda que "legal") na jaula, onde mal se conseguem deitar.
Motivos que têm gerado duras críticas por parte de associações de animais que se juntam em duas vigílias, depois de amanhã e sábado, às 18 horas, em frente à Câmara (ler texto em baixo).
O presidente da Autarquia, Bragança Fernandes, referiu ao JN que "há muito exagero" nas críticas apontadas, ainda que admita que as obras são necessárias. "Essas pessoas não gostam mais dos animais do que nós, e a Câmara está atenta", frisou.
Tanto assim, que o Município está já a estudar "a hipótese de alargar o centro para o terreno à volta . Segundo Bragança Fernandes adiantou ao JN, esta será "uma intervenção a ter início em 2015 e onde serão investidos cerca de 100 mil euros. Haverá também campanhas de sensibilização para a adoção de animais nas escolas. De resto, mais uma veterinária foi contratada para dar "apoio permanente" no centro.