Primeiro concurso ficou deserto e o custo da obra subiu meio milhão de euros. Instituição acolheu 890 pessoas desde 2022
Corpo do artigo
A Cáritas de Braga vai abrir um segundo concurso público para construir uma casa de acolhimento para vítimas de violência doméstica, com o preço base de 1,4 milhões de euros, cerca de 500 mil euros a mais do que um primeiro procedimento que terminou sem propostas. A instituição lançou um programa para obter apoios para a execução do projeto para permitir complementar as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Em comunicado, a Cáritas refere que em causa está uma obra para criar uma nova casa de acolhimento, com capacidade de receber “até 25 pessoas em simultâneo” e na qual “estão previstos 12 quartos e um conjunto de espaços funcionais destinados às atividades e rotinas diárias”. A empreitada irá a concurso público por cerca de 1,4 milhões de euros, depois de o anterior, orçamentado em 960 mil euros, “ter ficado vazio”.
Trata-se de um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que contribuirá com 709 mil euros, cabendo à instituição “assumir 733 mil euros” do custo total da obra (antes a instituição previa despender 248 mil euros). Essa necessidade levou a Cáritas de Braga a criar uma rede de embaixadores, que “desafia empresários, instituições e a comunidade em geral a contribuírem para novos projetos de apoio social”.
“Quem contribuir para a campanha 'Um sonho, uma causa, uma casa' terá a oportunidade de identificar espaços e divisões da casa, evidenciando a sua participação ativa na construção deste refúgio de esperança e segurança”, acrescenta o comunicado da instituição, que encara este projeto como o seu “maior desafio” até ao momento.
A Cáritas de Braga tem em funcionamento, desde 2022, uma resposta de acolhimento de emergência, que ocupa “instalações provisórias” e que se destina a dar abrigo a mulheres vítimas de violência doméstica e os seus filhos. Ao longo deste período, a instituição recebeu 890 pessoas, entre as quais 238 menores, que se encontram em “situação de elevado risco de revitimização”.