Carlos Brás vai desvincular-se do PS e assumir uma candidatura independente à Câmara de Gondomar. Vereador na autarquia entre 2013 e 2019, ano em que saiu para ser deputado na Assembleia da República, Carlos Brás entra na corrida com muitas críticas à atual liderança socialista do município.
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"Há duas áreas em particular que estão ao abandono e em situação caótica: a gestão financeira e o urbanismo", afirma, sem poupar o atual presidente da Câmara, Luís Filipe Araújo, que assumiu a liderança em fevereiro passado, após a saída de Marco Martins para a Transportes Metropolitanos do Porto.
Carlos Brás assegura que a decisão de avançar com um movimento independente nas próximas autárquicas foi tomada ainda antes das eleições legislativas. "Só não foi tornada pública para não criar ruído na campanha para o Parlamento", justificou.
Para concretizar a candidatura independente à Câmara de Gondomar Carlos Brás vai desvincular-se do PS, partido do qual é militante desde 1999, deixando assim os cargos na Concelhia de Gondomar e na Federação do Porto.
Apesar disso, não entende este movimento como uma cisão socialista, avançando que se trata de uma candidatura "suprapartidária". "É transversal", reitera, assinalando que nem só socialistas descontentes estarão consigo, há também militantes do PSD, do CDS e da IL. "Mais importante do que os partidos são as pessoas", sentencia.
E muitas foram as pessoas que o incentivaram a dar este passo, garante Carlos Brás. "Fui vereador durante seis anos e as pessoas fazem uma boa avaliação do meu trabalho. Com a saída do presidente Marco Martins, os apelos intensificaram-se exponencialmente", assinala.
As "fragilidades" da atual liderança municipal levaram-no a assumir a candidatura independente. "Na gestão financeira, da qual fui responsável e deixei em ordem, verifica-se que há fornecedores com pagamentos em atraso, alguns há mais de um ano. E houve uma má elaboração do orçamento face às despesas previstas", exemplificou, acrescentando que há projetos com fundos europeus em risco de serem perdidos. Também o Urbanismo precisa de uma "atenção redobrada", porque não estará a ser dada a resposta necessária.
Entre as prioridades para o município, Carlos Brás destaca a economia, designadamente a criação de riqueza e a atração de investimento. "Em Gondomar já passamos a fase das infraestruturas. É preciso criar condições para a captação de investimento", sublinha. Também a "transição ecológica" tem destaque.