O presidente da Câmara de Lisboa pediu uma reunião, "com caráter de urgência”, à nova ministra da Administração Interna devido à “situação de insegurança e de violência” na cidade. Carlos Moedas tem feito alertas recorrentes para a subida da criminalidade, mas não encontram correspondência nas estatísticas da PSP.
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Em janeiro passado, a Direção Nacional da PSP deu conta de que a criminalidade geral no concelho de Lisboa registou a sua segunda maior descida numa década, com uma redução de 12,6%. Então, sublinhou que, na área do Comando Metropolitano de Lisboa, houve um decréscimo da criminalidade grave de 8,9%, enquanto, na capital, a descida supera os 12,6%. Na criminalidade violenta e grave, a redução é de 10,41% no município e de 1,4% na área do Comando lisboeta, que compreende os concelhos de Lisboa, Amadora, Oeiras e Odivelas e as zonas urbanas de Cascais, Loures, Sintra, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
No entanto, o presidente do Município lisboeta tem alertado, nos últimos meses, para o crescimento do sentimento de insegurança na capital e para a necessidade de reforçar o policiamento. Advertência que repete, agora, na carta endereçada à nova ministra (e ex-provedora da Justiça) Maria Lúcia Amaral.
“Devido à situação de insegurança e violência vividos nos tempos mais recentes na cidade de Lisboa, serve a presente para solicitar (…), com caráter de urgência, uma reunião”, para se encontrarem “medidas com efeitos imediatos que possam responder aos problemas de forma eficaz”, pode ler-se na missiva, a que a Lusa teve acesso.
Disponível para colaborar
O social-democrata, que é candidato a um novo mandato na presidência da Câmara de Lisboa, começa por felicitar a nova ministra da Administração Interna pela sua missão, considerando que, “conhecendo a sua vasta experiência”, a responsável é “uma fonte de esperança” face aos desafios que a cidade tem pela frente. Desafios que, no caso da capital, terão de ser enfrentados com "uma visão humanista" e "realista das necessidades" que Lisboa "enfrenta".
O autarca sublinha que a Câmara, “não tendo competência direta nas questões relacionadas com a segurança”, está disponível para colaborar em todos os aspetos que sejam necessários. Aliás, Carlos Moedas tem defendido que os agentes da Polícia Municipal de Lisboa possam fazer detenções de suspeitos de crimes.