Anunciado esta quarta-feira programa com uma centena de iniciativas a realizar no próximo ano. População chamada a colaborar.
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A criação de um mural alusivo à efeméride, a homenagem de personalidades que marcaram a história do evento, a realização de exposições e de outras manifestações culturais e a produção de trabalhos científicos e de investigação são algumas das iniciativas previstas para assinalar os 100 anos de Carnaval em Torres Vedras, que se comemoram em 2023.
O programa vai começar agora a ser elaborado, por uma comissão executiva constituída por técnicos da Câmara e da empresa municipal PromoTorres, com o apoio de um grupo consultivo a formar por representantes das associações carnavalescas e de personalidades concelhias de "reconhecido mérito".
A população está também convocada a dar o seu contributo. O objetivo é que as comemorações sejam "feitas e sentidas por todos os torreenses", como sublinhou a presidente da Câmara, Laura Rodrigues, na apresentação do modelo de governança e do plano das comemorações.
A sessão teve lugar esta quarta-feira, data em que se assinala o Enterro do Carnaval, que este ano voltou a não ter festejos organizados em Torres Vedras, mas que foi comemorado de forma espontânea na cidade. "Escolhemos este dia por marcar o fim de um Carnaval sui generis e o início do trabalho para o evento de 2023 e para as comemorações dos 100 anos", disse a autarca, que espera que o centenário seja assinalado de forma "intensa, interessante e que envolva toda a gente".
Também Rui Brás, diretor do Centro de Artes e da Criatividade, conhecido como "Museu do Carnaval", (um espaço que resultou da reconversão do antigo matadouro municipal e que tem no Carnaval o tema central), acredita que as comemorações contribuirão para "aprofundar os valores identitários" de Torres Vedras através do "envolvimento da comunidade".
Até 2024
Os festejos do centenário arrancarão no Carnaval de 2023 e vão prolongar-se até 14 de fevereiro do ano seguinte, com "pelo menos 100 iniciativas e um grande evento por semestre", revelou Rui Brás. Segundo o dirigente, a par da mobilização da comunidade, através de manifestações culturais que envolverão "todas as gerações", as comemorações pretendem contribuir para "assegurar a preservação deste património e do acervo a ele ligado", promover o estudo e investigação da prática carnavalesca e "refletir sobre formas de a perpetuar".
O presidente da República vai ser convidado para encabeçar a comissão de honra das comemorações
Património
A inscrição do Carnaval de Torres Vedras no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial já foi aprovada pela Direção-Geral de Património Cultural. Segundo Rui Brás, diretor do Centro de Artes e Criatividade de Torres Vedras, falta apenas a publicação em Diário da República, o que deverá acontecer este mês.
A informação foi avançada durante a apresentação do plano das comemorações dos 100 anos do evento, que saiu para rua, de forma organizada, pela primeira vez em 1923, com um corso de sátira à monarquia.
Depois de um período conturbado, entre 1940 e 1960, com a suspensão da sua realização em vários anos, o Carnaval de Torres Vedras revitalizou-se e afirmou-se, sendo hoje um dos mais importantes do país.