Prestes a completar 81 anos, Joaquim Banha liderou uma caravana de Carochas, que foi crescendo entre Cascais e Leiria, onde se realizou, este sábado, um encontro de 325 viaturas, para assinalar os 90 anos da marca alemã.
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O evento juntou condutores do modelo mais carismático da Volkswagen, de Viana do Castelo até ao Algarve, e ainda espanhóis, que aproveitaram o momento para conviver e estreitar laços.
Proprietário do Carocha mais antigo, fabricado em 1950, Joaquim Banha conta ao JN que, como o veículo só tem 25 cavalos, costuma circular entre 75 e 80 quilómetros por hora. Sem ar condicionado, veio de vidros abertos durante a viagem, para se refrescar. “Os nossos avós não morreram por causa disso”, graceja. “Todos nós nos regemos por emoções, e conduzir este carro dá-me energia. É uma paixão.”
Xavier Silva, 30 anos, veio de Viana de Castelo num Carocha de 1969, que pertencia ao pai, e é seu desde os 18 anos. “Com 15 dias de vida, estava numa concentração em Monforte de Lemos, em Espanha”, assegura o mecânico. “Cresci nestes ambientes, onde gosto de estar com amigos, e nos divertimos”, explica. Não perde, por isso, os eventos da marca Volkswagen pelo país.
Várias versões do Herbie
O Carocha de 1967 de Eduardo Pereira, de Gaia, também não passou despercebido no encontro, por estar decorado com o n.º 53, para imitar o carro de corridas eternizado no cinema. “Vi o filme, e sempre disse que queria que o meu fosse igual ao Herbie”, justifica o jovem de 25 anos. “Quando vou aos Aliados ou à Baixa do Porto, as pessoas tiram-lhe fotografias e fazem vídeos”, diz, orgulhoso.
Luís Costa, diretor da ACP Clássicos, organizadora do encontro, em parceria com a Câmara de Leiria, manifesta satisfação com o número de participantes, e enaltece a presença de jovens, pois considera que as inúmeras solicitações que têm são uma “grande ameaça” a esta paixão. “É um modelo que atravessou gerações, e é rara a família que não tenha tido um Carocha”, sublinha. “Desperta memórias de infância, e simpatia dos participantes e do público.”
Utilizador habitual do Split castanho, adquirido em 2007, Joaquim Banha fez 14532 quilómetros entre Portugal e o norte da Noruega, em 2019, ao longo de 35 dias. Na próxima semana, vai a uma concentração em Espanha, e planeia percorrer mil quilómetros por dia. “Envelhecer é inevitável, ficar velho é opcional. Isto ajuda-nos a não ficarmos velhos”.