Carreira aérea Bragança-Portimão vai continuar por ajuste direto, mas com menos viagens
Governo e empresa Sevenair encontraram "uma solução contratual transitória que permite acautelar que a ligação" aérea Bragança-Vila-Real-Viseu-Cascais-Portimão não seja interrompida com o fim do contrato na próxima quarta-feira, 28 de fevereiro, garantiu Carlos Amaro, administrador da transportadora Sevenair.
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Segundo Carlos Amaro, administrador da transportadora Sevenair, o Governo endereçou, na quarta-feira, um convite à empresa para uma adjudicação direta e que “a expetativa” é que o avião continue a voar no dia 29 de fevereiro, visto que o contrato da concessão anterior termina a 28. “Vamos responder hoje, para não haver interrupção da ligação. Foi-nos proposto continuar a operação após o dia 28, num regime de adjudicação direta por mais alguns meses, até que o concurso saia e venha a ser tramitado e adjudicação”, explicou.
Ficou certo que, nesta fase de ajuste direto, “haverá alguma redução de frequências, mas no essencial o serviço, com uma redução do número de viagens diárias, mantém-se igual”, acrescentou Carlos Amaro.
Em causa está um contrato de financiamento que ronda os 750 mil euros. “Queremos encaixar nesse montante o máximo possível de tempo para que o concurso público possa seguir”, referiu o responsável pela Sevenair, indicando que a operadora está interessada em participar no concurso público. “Temos essa expetativa, mas estamos à espera dos procedimentos concursais. O montante envolvido, cuja despesa foi autorizada pelo governo, na ordem de 13,5 milhões de euros, é superior à anterior. Só analisando as regras do concurso é que saberemos se nos interessa, mas o Governo aumentou o montante, que não era revisto há 15 anos. Tínhamos informado que não nos voltaríamos a candidatar com o mesmo montante, porque era impossível”, descreveu.
Carlos Amaro admitiu que seria difícil continuar a carreira aérea com o valor da concessão anterior, cerca de 10, 5 milhões de euros. “Só o combustível subiu para mais do dobro”, justificou.
Esta solução provisória permite que a carreira não seja interrompida face ao fim do contrato, uma vez que o concurso publico internacional para a nova concessão está atrasado. Só no dia 7 de fevereiro foi aprovada em Conselho de Ministros autorização da despesa para a manutenção da rota. O concurso público vai ser publicado no Jornal Oficial da União Europeia, para selecionar a transportadora que irá concessionar o serviço.
Este modelo de operação, que liga Trás-os-Montes ao Algarve existe desde 2015, pois a concessão que vigorou até 2012 só fazia a carreira entre Bragança-Vila-Real e Cascais.