Casal, com três filhos menores, diz que não está a ter ajuda para conseguir uma casa que possa pagar.
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A família desalojada após a casa onde vivia ter ardido, em Lisboa, dormiu, ontem, numa carrinha emprestada por um amigo. Sem dinheiro para continuarem a pagar pensões, Lívia Camargo e Paulo Faria, com três filhos menores, dizem que não tiveram alternativa.
"Qualquer dia perco a cabeça, parece que nos querem deixar desorientados", lamentou ao JN Paulo Faria. O casal já não conta com o apoio da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa para assegurar alojamento temporário desde 24 de janeiro e diz que não tem tido ajuda para encontrar casa.
A família que vive em hostels desde que a casa onde morava ardeu, em novembro do ano passado, já não sabe o que fazer. "Ontem tivemos uma reunião, pediram-nos um extrato bancário de 24 de janeiro a 3 de fevereiro, mas ainda nem recebi (ordenado), só recebo a dia 25. Não percebo. Este fim de semana vou fazer horas extra, mas sinto-me muito cansado e não tenho conseguido descansar", desabafou Paulo, que há dois meses partilha um quarto com a mulher e os filhos.
Responsabilidade
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assegurou o alojamento de emergência à família, nos últimos dois meses, mas garante que a responsabilidade do alojamento é da Câmara de Lisboa desde 25 de janeiro.
O JN questionou a Autarquia sobre o que está a ser feito para encontrar uma resposta, mas esta não respondeu a essa parte. Garantiu, ainda, que está "articulada com a família para encontrar uma solução habitacional adequada".