O carro em que seguiam as três vítimas mortais de uma colisão com um comboio, na semana passada, em Barcelos, não respeitou a sinalização da passagem de nível e contornou as barreiras de segurança, concluiu a investigação.
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O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) explica, esta terça-feira, numa nota informativa que "o sistema automático de proteção da passagem de nível para os utilizadores rodoviários funcionou conforme projetado e de acordo com o previsto na legislação aplicável" e que "o sistema de aviso luminoso e sonoro da PN [Passagem de Nível] estava ativo há 45 segundos, quando o acidente ocorreu".
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Os investigadores constataram ainda que "as barreiras [de segurança] ficaram comprovadamente fechadas 31 segundos antes do acidente", sublinhando que "o veículo rodoviário entrou no espaço ferroviário após o fecho" das mesmas. "Na entrada e passagem pelo espaço ferroviário, o veículo rodoviário não danificou as barreiras fechadas. As evidências indicam que o acidente se deveu a um comportamento do utilizador rodoviário não propiciado por lacunas no sistema ferroviário", concluiu o GPIAAF, esclarecendo que nenhuma das barreiras de proteção foi derrubada.
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A investigação refere que o comboio internacional de passageiros da CP, que tinha saído de Vigo, em Espanha, com destino à Estação de Campanhã, no Porto, circulava a 99 quilómetros por hora, ou seja, "dentro do limite de velocidade permitido no local".
O processo de análise preliminar aberto foi agora arquivado pelo GPIAAF, que destaca "a necessidade de os utilizadores rodoviários das passagens de nível cumprirem escrupulosamente com as indicações dadas pelos sistemas de proteção existentes, resistindo à tentação de subestimar o risco envolvido".