<p>O centro histórico de Amarante vai continuar vedado à circulação automóvel. A Assembleia Municipal rejeitou, por um voto, uma proposta do PSD que pedia a reabertura da zona pedonal ao trânsito, vetado há cinco anos. <br /></p> <p> </p>
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O assunto é velho. De tão debatido que tem sido ao longo dos tempos, as posições entre PS e PSD estão tão estremadas que, o que deveria ser uma simples discussão da admissibilidade da proposta acabou por se tornar numa discussão jurídica, prolongando o debate até de madrugada.
A discussão terminou com a admissão da proposta, a ameaça do presidente da Câmara de “impugnação”, o socialista Armindo Abreu, e o chumbo da proposta. Para o resultado contribuíram, algumas deserções de eleitos do PSD (força maioritária) e os votos conjugados “no contra” de PS, BE e PCP. O CDS votou ao lado do parceiro da direita.
Nas razões evocadas para tanto barulho, os sociais-democratas alegam que, desde as obras de pedonização no Largo da República (S. Gonçalo) e ruas de 5 de Outubro e de Cândido dos Reis “o comércio tem vindo a definhar”.
Já os socialistas contrapõem que “são dois ou três comerciantes que pretendem a reabertura do trânsito, não para circular, mas para estacionar. O que pretendem é o fecho do largo às pessoas”.
A posição social-democrata era sustentada pela Associação Empresarial que pediu a reabertura na consulta pública do Regulamento de Trânsito e por um inquérito de rua realizado pela JSD.
Jorge Magalhães, que trabalha numa ourivesaria da Rua de 5 de Outubro, é dos que defende a reabertura do trânsito. “Quem não é visto é esquecido. Tenho clientes que me dizem que não vem aqui porque não podem trazer o carro”, garante.
A crise, razão apontada pelo PCP e pelo BE, para a baixa no comércio não colhe para Maximino Silva. Este comerciante nega que o comércio na zona esteja desactualizado e peça modernização, como alguns têm dito, e queixa-se da falta de clientes porque o tráfego à porta está vedado.
“Eu já tive 17 empregados e hoje tenho oito. Ainda hoje [ontem] ao almoço em conversa com a minha mulher disse-lhe que, depois do Verão, vou vender isto porque não dá para aguentar mais. A Câmara não quer colaborar em nada”, ameaçou o proprietário do histórico Café-Bar.