A instalação dos carrosséis relativos à Romaria de Santa Rita - que arranca esta quinta-feira e termina na próxima segunda-feira -, em Ermesinde, Valongo, rente ao cemitério da Rua da Formiga, está a gerar controvérsia. Nos últimos dias, as críticas têm subido de tom, com troca de argumentos mais inflamados no Facebook.
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A Junta de Ermesinde, organizadora da festa, assumiu ao JN que os carrosséis "não vão ter música, como forma de menorizar a situação, mas claro que vai haver barulho".
A par disso, a rua em causa estará também com o trânsito cortado a partir das 14 horas desta quinta-feira.
"Em 70 anos, que é a idade que tenho, nunca vi nada igual!", desabafou ao JN Elvira Silva, enquanto falava do assunto à saída do cemitério juntamente com uma amiga. "Nos últimos dias não se fala de outra coisa! Na minha opinião, não acho bem. Com mais um jeitinho, e à falta de espaço, punham os carrosséis cá dentro. Acho que é uma falta de respeito", admitiu a idosa, de olhos postos nas traseiras de um divertimento, mesmo em frente à porta da capela mortuária.
Também outra mulher, que preferiu não se identificar, defendeu que "o local escolhido foi infeliz". "Quem se desloca ao cemitério vem, muitas vezes, à procura de um local sereno para meditar e este cenário nada tem a ver com isso. Imagine um funeral nestas condições", observou.
Opinião contrária tem Ana Martins, de 72 anos: "A mim não me afeta e aos que aqui estão no cemitério também não. O problema é que não há terrenos livres aqui na freguesia e a solução foi esta. Mas é preciso ver que na terça-feira esta gente já se foi embora e depois de dois anos de pandemia, precisam de governar a vida".
Não vai haver música
"Acho que o assunto não vale tanto alarido, até porque a festa só dura até segunda-feira. E, além disso, houve até o cuidado de dar livres trânsitos aos moradores", contou Teófilo Ramalho, 61 anos.
Enquanto acompanhava a montagem dos equipamentos, Miguel Oliveira, tesoureiro da Junta de Ermesinde e responsável pela organização da festa, contou que a autarquia "chegou a propor o aluguer de um terreno contíguo ao Mercadona, mas a dona não se mostrou disponível".
A solução acabou por ser o parque de estacionamento em frente ao cemitério, tendo Miguel Oliveira referido que os carrosséis "não vão ter música para menorizar" a situação. De resto, os moradores também foram "avisados por carta e pessoalmente para o que se iria passar".