Os trabalhadores do Centro de Distribuição Postal de Lousada dos CTT fizeram greve esta sexta-feira, em protesto contra a falta de recursos humanos no serviço.
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Das 15 pessoas que ali trabalhavam, atualmente são apenas nove a assegurar o trabalho em todo o concelho de Lousada e muitas estão em casa de baixa médica "por cansaço psicológico devido ao stress do trabalho".
José António Moreira trabalha há 26 anos no Centro de Distribuição de Lousada e queixa-se da "falta de pessoal", que levou o grupo de trabalho a realizar, esta sexta-feira, pela primeira vez, uma greve. "Precisamos de pessoas para trabalhar. Temos colegas de baixa, vagas por preencher e, neste momento, somos só nove pessoas a fazer a distribuição da correspondência e encomendas em todo o concelho de Lousada e em mais uma freguesia que pertence a Vizela", conta.
Segundo o trabalhador, esta falta de mão de obra está a prejudicar o serviço, aumentando as zonas de distribuição afetas a cada carteiro e provocando atrasos na entrega da correspondência que "nem sempre são entendidos pela comunidade". "Somos abordados na rua, há pessoas que compreendem e outras que não e que dizem que os atrasos são nossa responsabilidade", explicou, acrescentando que estão a chegar a um ponto "de rutura psicológica, de cansaço físico extremo".
O preenchimento das vagas é a reivindicação que fazem à empresa. "Só queremos que ponham mais pessoas a trabalhar", referiu, dando nota de que a maior parte dos trabalhadores ainda tem 10 dias de férias para gozar, relativas ao ano passado.
Também Jorge Moreira, funcionário do centro há 35 anos, reclama do excesso de trabalho para os nove trabalhadores do serviço. "É uma vergonha. Num concelho tão grande como Lousada, são só sete colegas a fazer a distribuição. Não conseguem assegurar o trabalho e é só isso que pedimos, termos a trabalhar os 15 funcionários que tínhamos no passado", reivindicou.
Presente na greve dos funcionários do Centro de Distribuição de Lousada dos CTT esteve José Fonseca, também funcionário do serviço, e membro do Sindicato Independente dos Trabalhadores de Informação e Comunicação. "Só queremos prestar um serviço público digno às populações. Neste momento temos quatro pessoas de baixa médica, algumas das quais por cansaço psicológico devido ao stress do trabalho, estamos só nove a trabalhar e é preciso que a empresa olhe para este problema", frisou.