Os trabalhadores do centro de distribuição postal de Famalicão estão esta quarta-feira em greve contra a "falta de pagamento de horas extra" e a "sobrecarga de trabalho".
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Os carteiros concentraram-se junto ao centro de distribuição e deslocaram-se depois para os Paços do Concelho reivindicando melhores condições de trabalho. Querem que sejam asseguradas as substituições quando há trabalhadores de férias ou doentes.
Segundo Paulo Silva, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), o facto de a empresa não fazer substituições ou optar por fazer contratações temporárias por menos horas do que as necessárias provoca atrasos na entrega da correspondência.
"Leva também que os carteiros trabalhem 10 a 12 horas por dia, sem serem remunerados pelo trabalho suplementar", acrescenta o sindicalista.
"Ninguém me obriga a trabalhar mas há cartas para entregar, e as pessoas não têm culpa, e estão à espera dos vales de pensões, das cartas dos tribunais, de marcação de consultas", diz José Carvalho, carteiro há cerca de 13 anos. Conta ainda que andam muitas vezes a "tapar buracos" e por isso a entrega de correspondência vai atrasando.
Os responsáveis sindicais reuniram com o presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha que se mostrou preocupado com a situação. O autarca adiantou aos jornalistas que tem havido "atraso" na entrega por exemplo, da agenda cultural do município e diz que tem recebido "reivindicações" dos cidadãos devido aos atrasos.
Fonte oficial dos CTT adiantou que a previsão é que esta greve seja "pouco sentida pela população, uma vez que é limitada a um dia e os CTT despoletaram os planos de contingência previstos".
"Além disso, os CTT preveem que qualquer eventual constrangimento seja recuperado durante o dia de amanhã ou, no máximo, esta sexta-feira", acrescenta a mesma fonte.
Por outro lado, acrescenta que a empresa tem-se mostrado dialogante com os sindicatos" estando a realizar "um estudo dos percursos de distribuição (giros) em Famalicão e tendo já aberto um processo de contratação de dois novos carteiros".
E conclui: "Esse processo, que dá preferência a desempregados de longa duração e a pessoas à procura do primeiro emprego, tem-se defrontado com dificuldades em encontrar candidatos".