A aldeia de Carvalhal de Mansores, no concelho de Penacova, teve o fogo perto das casas durante a tarde de segunda-feira. Um barracão e um armazém de uma empresa de construção arderam, enquanto a população se mobilizou para proteger as casas.
Corpo do artigo
Desde 2005 é a quarta vez que o barracão de Fernando Carvalho é atingido por uma tragédia, na aldeia de Carvalhal de Mansores. "Há 17 anos já tinha ardido parcialmente e, entretanto, já houve duas tempestades que o levantaram", lamenta.
Na segunda-feira, o espaço voltou a ser atingido pelas chamas, tendo ardido dois reboques e comida para os seus animais. "Ainda consegui retirar o trator. Os animais sobreviveram porque os Bombeiros lhes abriram as portas", relata, agradecendo a pronta intervenção das várias corporações na aldeia. "Foram os Bombeiros de Penela os primeiros a chegar e a prestar auxílio à povoação", lembra.
Ao lado de Fernando, Artur Simões aponta para a rapidez com que o fogo se propagou. "Isto foi uma tragédia em minutos", sublinha o madeireiro que, completa, não consegue quantificar o prejuízo que o fogo lhe causou. "Não foi por falta de meios que isto aconteceu. O problema é que o vento estava incontrolável", refere Artur Simões.
Sozinha com a filha
O barracão de Fernando foi um dos locais afetados em Carvalhal de Mansores. O outro foi um armazém de uma empresa de construção, próximo do cemitério, onde, no dia seguinte, ainda eram visíveis os estragos.
A poucos metros do local, Sónia Batista enfrentou o incêndio ao pé de casa, juntamente com a filha de 15 meses. "Consegui que a minha mãe a viesse buscar, já não a levei a casa dos meus pais porque já não se passava", aponta. Munida de uma mangueira, combateu as chamas que lhe cercavam a casa.
"Foram duas aflições. Por um lado estava a proteger a minha casa, mas por outro estava em grande ansiedade por causa da minha filha, sem saber como estava a situação naquela zona", descreve.
Reacendimentos à tarde
O incêndio no concelho de Penacova foi dado como dominado na madrugada de segunda-feira. No entanto, e durante a tarde desta terça-feira, houve alguns reacendimentos. O maior verificou-se pelas 15.30 horas entre as aldeias de Carvalhal de Mansores e Besteiro, levando a população a tomar cuidados e proteger as casas. Com a ajuda dos meios aéreos, os Bombeiros conseguiram estancar as chamas em cerca de 20 minutos.