Obras de ampliação da associação arrancam esta quarta-feira. Fraca capacidade não deixa receber todos
Corpo do artigo
A Casa Acreditar de Lisboa vai acolher mais 20 famílias de crianças e jovens com cancro, após as obras de ampliação que arrancam esta quarta-feira e deverão estar concluídas num ano. A empreitada custa três milhões de euros, valor que está a ser angariado através de uma campanha disponível na página oficial da associação.
A instituição passará ainda a receber jovens até aos 25 anos. Pela Casa Acreditar de Lisboa, a funcionar desde 2003, já passaram 1695 famílias e há "muita pressão" para receber mais, diz a associação.
PALOP
É lançada dia 1 de junho a primeira pedra para a requalificação de um edifício contíguo à Casa Acreditar, cedido pela Câmara de Lisboa, que ligará os dois prédios. Desta forma, a associação passará a ter 32 quartos, além dos 12 atuais. Segundo a Acreditar, Associação de Pais e Amigos das Crianças com Cancro, a ampliação vai permitir acolherem mais crianças e jovens vindos de todo o país e sobretudo dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
"Neste momento temos duas a três famílias dos PALOP, não recebemos todas porque temos pouca oferta de quartos", explicou ao JN.
"A pressão é muito grande porque o IPO de Lisboa trata cerca de 50% das famílias dos PALOP. São também as que ficam mais tempo, uma média de dois a três anos - mais do que a maior parte das portuguesas que ficam cerca de um ano - por questões de distância, do custo e da burocracia", esclarece.
A Casa Acreditar recebe ainda doentes do Alentejo, Algarve, Madeira e Açores.
Crianças da Ucrânia
As casas Acreditar, existentes em Lisboa, Porto e Coimbra, ajudam famílias que têm de se deslocar para outra cidade com os filhos durante os tratamentos oncológicos, dando-lhes estadia gratuita. Neste momento, também vivem nestas instituições famílias de crianças com cancro vindas da Ucrânia.
A instituição passará ainda a receber jovens até aos 25 anos, disse à Lusa a diretora-geral da Associação, Margarida Cruz, acrescentando que "é uma necessidade" já identificada.