Um incêndio, ao início da tarde desta quarta-feira, destruiu uma habitação em S. Pedro da Cova, Gondomar. O único morador, que perdeu todos os pertences, ficará alojado em casa de familiares.
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Fernanda Branco "estava no café" quando avistou "fumo preto a sair" junto da zona onde vive, no lugar de Belói, e ficou com "a impressão de que era aqui". E era, confirmava-lhe uma vizinha no caminho de regresso à morada com vistas para o rio Ferreira: as chamas devoravam a casa onde morava o filho, uma construção antiga implantada num terreno de família partilhado pelas habitações de ambos.
O filho de Fernanda tem cerca de 25 anos e está desaustinado: "Fiquei sem nada", diz, ao JN, adiantando apenas que tem "uma filha de seis anos, com guarda partilhada", que passava alguns dias da semana na habitação. A mãe assegura que, "de momento, tem aqui [em casa] um quartinho para ele", mas a garantia não aquieta o homem, que lembra que "o agregado familiar [dele] não é a mãe".
"Ardeu tudo, e ele ficou sem nadinha. Disse-me: 'Sõ tenho a roupa que trago no corpo'", conta, ao JN, uma vizinha que opta pelo anonimato.
O fogo, que deflagrou cerca das 13.30 horas, consumiu quase toda a habitação com acesso pela Rua do Pedrogo. As chamas foram combatidas por 29 operacionais de quatro corporações do concelho - bombeiros de S. Pedro da Cova, Gondomar, Valbom e Areosa -, apoiados por 10 viaturas.
Com acesso à casa por um caminho estreito e declive acentuado, os bombeiros enfrentaram ainda dificuldades no combate "devido ao risco de colapso" da construção, como indicou ao JN o comandante dos Bombeiros de S. Pedro da Cova, Mário Ferreira. Segundo o operacional, à chegada dos meios ao local, a habitação "estava totalmente tomada pelas chamas", pelo que "já nada havia a fazer" para evitar um cenário de "destruição total".
Mário Ferreira contou ainda que Fernanda Branco ainda "tentou apagar o incêndio", acabando por sofrer "uma queimadura superficial na face, devido às altas temperaturas", que levou a que fosse assistida pelos bombeiros. Recusou, contudo, ser transportada ao hospital.
Paulo Guedes, que coordena a Proteção Civil de Gondomar, garantiu ao JN que o morador da habitação consumida pelo fogo "vai ficar em casa dos pais". De acordo com o responsável, "o local foi completamente vedado" e o acesso à casa impedido, devido ao risco de derrocada. O relatório dos peritos que avaliaram o estado do imóvel irá ditar os procedimentos a seguir, indicando se a construção terá de ser demolida ou se poderá ser reconstruída.