Fundada em 1860 e classificada como Porto de Tradição, a loja tinha uma ação de depejo movida pelo senhorio, que ganhou na primeira instância e voltou a ganhar no Tribunal da Relação.
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Júlia Martins olha em volta e emociona-se: "É um desgosto muito grande; esta loja é uma preciosidade, uma casa-museu, e devia prevalecer, porque faz parte da nossa identidade". Cliente da centenária Casa dos Linhos há várias décadas, a portuense fica desolada ao saber que a loja histórica - classificada como Porto de Tradição - que vive de olhos postos no Mercado do Bolhão, na Baixa da cidade, tem 20 dias para deixar o número 660 da Rua de Fernandes Tomás.
O curto prazo foi ditado pela sentença do Tribunal da Relação, para onde os sócios-gerentes, Felisberto Carvalho e Estela Pinto, tinham recorrido da decisão da primeira instância, que também dera provimento à ação de despejo intentada pelo senhorio ao não colher a concordância dos inquilinos em passarem a pagar uma renda a rondar "cinco mil euros", quase nove vezes mais do que o valor atual.