Casa Soleiro que persiste há três gerações no Centro Histórico do Porto corre o risco de fechar
São três gerações dedicadas à reparação e conservação do calçado e, por isso, ainda hoje ostenta um legado único no comércio tradicional do Porto. Mas, 77 anos volvidos, a Casa Soleiro, reconhecida pelo programa Porto de Tradição, corre o risco de fechar.
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Mas, 77 anos volvidos, a Casa Soleiro, reconhecida pelo programa Porto de Tradição, corre o risco de fechar. Desde 2017, que uma carta de despejo "persegue" o proprietário do estabelecimento, Emílio Silva, que luta para manter aberto o negócio iniciado pelo avô Henrique e mantido pelo pai, José, na Rua Chã, na Sé, Centro Histórico do Porto. Há "dezenas de anos" que Emílio reclama por obras ao senhorio. "Há dias em que chove cá dentro como na rua e cada inverno que passo aqui é uma aventura. Já tivemos, inclusive, de chamar bombeiros e Proteção Civil", desabafa. Mesmo assim, o lojista continua a pagar "religiosamente" a renda, pouco mais de 300 euros.
A falta de condições do edifício foi precisamente o argumento usado pelos herdeiros do antigo senhorio numa providência cautelar que, após ter sido validada pelo tribunal, levará ao encerramento provisório do negócio. Alegaram o perigo iminente do edifício e, por isso, necessidade de obras. O tribunal deu-lhes razão. As obras vão durar cinco meses. O JN tentou, sem sucesso, ouvir os senhorios.