A Junta de Freguesia de Arroios e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa garantem que já foram apresentadas a Maria José e Alberto, os dois septuagenários que estão a viver na rua, depois de terem sido despejados do prédio onde viviam, várias alternativas para encontrarem um teto, mas que estes recusaram todas.
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O casal de idosos que está a morar na rua, depois de ter sido despejado do apartamento onde vivia, em Arroios, Lisboa, recusou várias soluções de emergência que lhes foram apresentadas.
À noite dormem na Gare do Oriente, onde são ajudados por uma família que lhes dá roupa e comida e criou uma petição dirigida ao presidente da República a pedir "habitação condigna" para os septuagenários. E Marcelo Rebelo de Sousa foi mesmo visitá-los esta semana.
As soluções habitacionais já foram apresentadas "várias vezes", garantem a Junta de Freguesia de Arroios e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, mas "o casal recusou-as".
Segundo Maria Assunção, que tem ajudado o casal, Maria José, 77 anos, doente cardíaca, e Alberto, 78 anos, diabético e epilético, foram despejados do prédio onde moravam, em Arroios, para este ser convertido em alojamento local.
Não gostaram da zona ou era longe
A Junta de Arroios diz que o casal queixou-se da "falta de condições habitacionais e da possibilidade de ação de despejo em julho do ano passado" e "em fevereiro de 2022, depois de um processo de averiguação da situação de insalubridade, todos os moradores foram informados que teriam de abandonar o local", mas com ajuda para encontrarem alternativa habitacional. Este casal, contudo, "recusou a entrega do registo comprovativo da inexistência de bens imóveis, o que impossibilitou o apoio económico da Santa Casa".
Em julho de 2022, os idosos já dormiam na rua, garante a Junta de Arroios. Nessa altura, foram encontradas várias soluções de alojamento recusadas com o argumento de "não gostarem da zona ou ser muito longe".
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa diz também que o casal tem "recusando propostas, como uma residência assistida, com apoio em todas as necessidades básicas, psicológico, social e de enfermagem, entre outros".
Segundo a Junta, o casal só aceitou uma solução e chegou a viver num alojamento em Campo de Ourique, mas abandonou-o. A amiga dos idosos diz que não quiseram ficar lá porque "o quarto foi assaltado"