O presidente da Câmara de Castanheira de Pêra, Fernando Lopes, assumiu esta terça-feira, nas comemorações do dia do município, o compromisso de o concelho renascer, "que amanhã será um novo dia".
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Perante a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, o autarca voltou a reafirmar a necessidade de Castanheira de Pêra, distrito de Leiria, renascer e de "reconstruir" uma terra fortemente afetada pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, a 17 de junho, e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.
O Dia do Concelho, celebrado hoje, é um momento de honrar "a memória de todos aqueles que recentemente partiram", mas também de obter e de construir "a confiança bastante para assumir o compromisso de fazer o futuro acontecer em cada dia que passa", frisou o autarca, durante o discurso.
"Amanhã será um novo dia. O sol vai nascer de novo e, com ele, a necessidade de reinventarmos a esperança", disse Fernando Lopes.
O discurso do presidente da Câmara de Castanheira de Pêra centrou-se na necessidade de se olhar para o futuro, apelando a que se aproveitem as memórias do passado para as transformar "em heranças para o futuro".
Num dia com uma carga de "emoção, dor e consternação", a história tem de se transformar "em força motriz capaz" de projetar o povo castanheirense "para o tempo que há de vir".
No entanto, "por mais que se queira enterrar o passado recente, a verdade é que tanto esgravata que acaba por vir sempre à tona, deixando marcas profundas", constatou.
"Hoje é o dia de nos encontrarmos num só abraço, perante todas estas testemunhas maiores, e assumirmos o compromisso de renascer", defendeu.
Já Marcelo Rebelo de Sousa apelou à reconstrução da "vida coletiva". "Nas próximas semanas e meses", cidadãos e entidades diversas vão ter de "arregaçar as mangas" para reconstruir as suas vidas e os bens perdidos durante os incêndios que assolaram a região, defendeu.
Para o Presidente da República o luto deverá ser "vivido intensamente, mas olhando para o futuro", para que as comunidades possam normalizar a sua vida, reconstruir as habitações e recuperar o sistema produtivo, em Castanheira de Pera, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos, mas também noutros municípios vizinhos.