Órgãos autárquicos, entidades sociais e desportivas e cidadãos anónimos de Castro Verde estiveram reunidos, na sexta-feira, para analisar a situação dos cuidados de saúde face aos graves problemas que afetam o Serviço de Urgência Básico (SUB) do Centro de Saúde, que serve mais quatro municípios.
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A recorrente falta de médicos, que na última semana levou ao encerramento do SUB durante várias horas, é uma das preocupações dos habitantes.
Em declarações ao JN, António José Brito, presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, afirmou que o encontro manifestou "o desagrado geral da população", apreensiva com o futuro do serviço.
Foi ainda decidido “apelar” à ministra da Saúde a definição de “medidas concretas, duradouras e capazes” de voltar a normalizar o funcionamento do SUB, reconhecendo também o “esforço” da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) na “normalização”.
Foi criada uma Comissão Instaladora de Utentes dos Serviços de Saúde de Castro Verde, que integra presidentes da câmara e das quatro juntas de freguesia do concelho e mais dois cidadãos, destinada a liderar futuras lutas “em defesa da saúde, do SUB e do Centro de Saúde”.
Reunião inconclusiva com a ULSBA
Na passada terça-feira, os presidentes das Câmaras de Castro Verde, Aljustrel, Almodôvar, Mértola e Ourique, todos liderados por autarcas socialistas, reuniram com o Conselho de Administração da ULSBA, da qual saiu a decisão de “pedir uma reunião com a ministra da Saúde". "Há que resolver este caso com urgência", defendeu, acrescentando que “os municípios ajudam e dão tudo e o Governo dá-nos uma mão cheia de nada”.
Questão gera “troca de galhardetes” entre AD (PSD-CDS) e PS
O deputado eleito pela AD no distrito de Beja, Gonçalo Valente, acusou os autarcas dos cinco municípios socialistas de, quando estavam no poder, detendo dez municípios e tendo dois deputados, não terem batido o pé ao Governo. "Estamos perante um caso de pouca seriedade e respeito por quem faz e dá o máximo de todos os dias", rematou o antigo presidente da Distrital do PPD/PSD.
Carlos Teles, presidente do município de Aljustrel, rejeitou as críticas de Gonçalo Valente, acusando-o de desatenção. O edil garantiu que sempre foi uma voz ativa “desde o tempo em que o Governo era PS”, recordando que, nessa altura, a câmara criou, por exemplo, incentivos à fixação de médicos.