As comunidades intermunicipais (CIM) do Cávado e do Ave, que abrangem os 14 concelhos do distrito de Braga, assinaram esta sexta-feira um memorando de entendimento para “dar escala” ao território e impulsionar projetos comuns, fortalecendo candidaturas a programas de financiamento.
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Após a assinatura do acordo, na presença do ministro da Coesão Territorial, Castro Almeida, o presidente da CIM do Cávado e da Câmara de Braga, Ricardo Rio, salientou a importância de “abordar de forma integral” a região em diversos domínios, como a inovação, a área social, a proteção civil, o ordenamento do território ou a mobilidade.
“Estamos a falar de ganhar escala, por exemplo para financiamentos ao Banco Europeu de Investimento para a concretização de investimentos públicos, mas também da partilha de projetos entre os municípios”, explicou Rio, que lembrou que este é um “território que representa 850 mil pessoas” e assinalou a “colaboração natural” que já se verifica no Quadrilátero Urbano (Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos) e que provoca uma “contaminação positiva” para os outros concelhos.
A ideia de “ganhar escala” foi corroborada pelo líder da CIM do Ave, o autarca vimaranense Domingos Bragança, que disse que através desta “plataforma colaborativa” a região poderá reclamar de forma mais vincada a “atenção do Governo e da União Europeia”.
Esbater assimetrias
“O que é preciso é integrar este serviço de mobilidade e que, a fazer concessões, o façamos em conjunto”, defendeu.
Questionado sobre se o acordo poderá funcionar como teste para uma eventual área metropolitana no Minho, Ricardo Rio admitiu que “cada passo destes é um caminho para lá chegar” e lembrou que esse novo organismo “tem de fazer sentido também do ponto de vista operacional”. “Acima de tudo, atendendo às características deste território e à dinâmica que tem, não faz sentido manter as assimetrias que existem em termos de distribuição de recursos face às duas áreas metropolitanas [de Lisboa e do Porto]”, vincou.
A CIM do Cávado abrange Amares, Braga, Barcelos, Esposende, Terras de Bouro e Vila Verde, enquanto a do Ave integra Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela.