Trezentos cavalos, alguns dos quais de alta competição e com potencial para participar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos da América, em 2028, estão por estes dias em Ponte de Lima, em mais uma edição da Feira do Cavalo, que se prolonga até domingo.
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O evento decorre até domingo, com provas nas modalidades de Dressage, Equitação de Trabalho (maneabilidade e velocidade), Horsebll – Pro Elite e Atrelagem, e concurso de modelo e andamentos. Pelo recinto da Expolima, passam cavalos que na sua maioria são de raça Puro Sangue Lusitano, e cavaleiros de Espanha, do México e nacionais, alguns dos quais aspiram ao patamar olímpico.
“Adoro competir e sempre nos níveis mais altos, no Grande Prémio. Já fiz parte, algumas vezes, da seleção portuguesa e esse é o meu objetivo: treinar para fazer parte da equipa e participar em campeonatos da Europa, do Mundo e ir aos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028”, contou ao JN o cavaleiro Vasco Mira Godinho, de 35 anos. “Ainda faltam três anos, mas acho que tenho cavalos para isso e estou a levá-los devagar para ter os resultados que ambiciono”, referiu.
Esta quinta-feira de manhã, em Ponte de Lima – que Vasco Mira Godinho considera “um dos melhores sítios de provas em Portugal” – estreou o cavalo “Ofi dos Cedros”, na competição de dressage. E, enquanto isso, a mulher, Carlota, também cavaleira, e os seus filhos Vasco, Carlota e Assunção, de 1, 5 e 7 anos, passeavam entre as boxes, tratadores, professores, veterinários e pessoal da logística e da organização, como se estivessem em casa.
Dressage em destaque
“Querem ser como o pai e como a mãe?”, perguntou Matilde Costa, cavaleira da Goegã, às filhas de Vasco. “Já somos”, respondeu a mais nova. E a cavaleira riu, assinalando: “Isto passa de pais para filhos. Também nasci nos cavalos, estou sempre no meio deles, até antes da idade delas. Tenho uma fotografia a cavalo, em que ainda nem me conseguia sentar”.
Francisco Beja, diretor da codelaria de Alter, enalteceu Ponte de Lima “como uma referência” nos eventos equestres e destacou o Campeonato Internacional de Dressage desta edição. “É sempre importante termos os nossos cavaleiros a fazer provas internacionais dentro do país e não ter que sair e gastar muito mais dinheiro para as fazer lá fora para obter qualificativas e poder participar nos campeonatos da Europa, do Mundo e Jogos Olímpicos”, disse.
Filipe Pimenta da organização, indicou que devido à exigência inerente ao nível das provas, este ano houve “alguma contenção no número de cavalos inscritos”. “Perdia-se qualidade e como temos um concurso internacional temos de ter muitos cuidados”, referiu, indicando que dos 300 animais presentes “cerca de 80%”, são de raça Puro Sangue Lusitano. “É o nosso grande embaixador internacional. Foi nosso parceiro na guerra, no trabalho e hoje é nosso parceiro a comunicar Portugal”, resumiu.