Mais de dois anos depois, a marginal vai deixar de ter taipais a impedir a vista para o mar. A obra vai custar 1,95 milhões de euros.
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Um parque, uma praça, um pequeno anfiteatro e uma ampla zona desportiva e de lazer. É assim que vai ficar a cobertura dos armazéns de pesca na marginal das Caxinas, em Vila do Conde. Há mais de dois anos que, com os armazéns prontos, os taipais de obra impedem a vista para o mar. Agora, a Câmara lançou finalmente o concurso para o arranjo à superfície. O preço base é de 1,95 milhões de euros (+IVA). Depois, há nove meses para realizar a obra.
“Será um grande espaço aberto multifuncional, concebido para o uso recreativo diário, lazer e prática desportiva informal, além de proporcionar as condições necessárias para a realização de espetáculos musicais, mostras e feiras temáticas, e outros eventos culturais”, explica a autarquia liderada por Vítor Costa, acrescentando que o concurso está aberto até ao próximo dia 8 de junho.
Vítor Costa acredita que aquela será “uma nova centralidade” nas Caxinas, que irá promover “o desenvolvimento comunitário e turístico da região”. Agora, só quer ver rapidamente tudo a andar.
Os armazéns de pesca começaram a ser construídos em março de 2019. São 115 espaços individuais para guardar e arranjar redes, um bar, balneários e duas lojas, num projeto da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar co-financiado pelo Mar 2020, que custou mais de nove milhões de euros. A obra terminou no final de 2021 e, um mês depois, os pescadores começaram a ocupar os espaços.
A Docapesca cedeu o terreno e os armazéns foram construídos junto à For-Mar (Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar), no interior do porto de pesca, na fronteira com o concelho da Póvoa de Varzim, numa zona ao abandono que era uma espécie de “terra de ninguém”. Ficam a uma quota inferior à estrada e, por isso mesmo, é na cobertura que ficará, agora, no novo parque lúdico, que será uma espécie de prolongamento da marginal.
O projeto foi apresentado em 2022 na inauguração dos armazéns, mas a obra tardou a avançar. A Câmara culpava, na altura, a “Pró-Maior” que, depois de várias alterações ao projeto dos armazéns, não tinha licença de utilização e a insólita situação: um terreno da Docapesca, onde estão edificados armazéns da “Pró-Maior” que, em cima, terão um área de lazer da Câmara Municipal.
Agora, a situação resolveu-se e, se nada voltar a atrasar o arranque dos trabalhos, a empreitada deverá começar lá para o final do verão.