A CDU quer que a Câmara do Porto sensibilize a administração da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) para que sejam assegurados os custos com a carta de condução e certificação de aptidão dos motoristas.
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Na proposta, a que a Lusa teve hoje acesso e que a CDU vai apresentar ao executivo municipal na segunda-feira, a vereadora Ilda Figueiredo destaca que o país enfrenta dificuldades de "recrutamento de motoristas para condução de autocarros de passageiros", problema também sentido na STCP.
Lembrando que a dificuldade em recrutar motoristas levou a que em 2021 os trabalhadores da STCP "tivessem realizado 64 mil horas extras, essencialmente decorrentes da falta de pessoal", Ilda Figueiredo propõe que a Câmara do Porto intervenha junto da administração da empresa, "sensibilizando para a importância de estudar e preparar condições" para que sejam novamente assegurados os custos com a carta de condução e certificação de aptidão dos motoristas, bem como a sua "manutenção" durante, pelo menos, cinco anos.
"Longe vai o tempo em que um motorista ou um mecânico aspirava a trabalhar na STCP e aí via reconhecida e valorizada a sua profissão. Nunca, como hoje, a STCP teve tanta dificuldade em fixar trabalhadores", observa a vereadora, acrescentando que no ano passado, dos 20 estágios curriculares e 20 estágios profissionais realizados, apenas "seis estagiários" foram integrados nos quadros da empresa.
Ilda Figueiredo refere ainda que a estes trabalhadores é exigido o Certificado de Aptidão de Motorista (CAM),"obrigando a um investimento total de cerca de três mil euros para se poder candidatar a ser motorista".
"Ao motorista é exigido um papel de grande responsabilidade, o enfrentamento de situações complexas, o 'stress' do trânsito, horários desregulados que dificultam a organização da vida pessoal e familiar, para lá de apenas conseguir folgar um domingo a cada três semanas", afirma a vereadora, acrescentando ainda que também os salários destes profissionais são "muito baixos".