Cerca de 300 pessoas manifestaram-se na manhã deste sábado, em Riba de Ave, Famalicão, por uma escola pública até ao 12.º ano naquela vila.
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Com o fim dos contratos associação, os estudantes deixaram de ter oferta de ensino público na vila, tendo de frequentar escolas mais distantes, e que estão lotadas. Por isso, os pais reclamam.
"Esta é uma situação que me preocupa muito", disse ao JN Sandra Lopes, que tem dois filhos, um a frequentar o 10.º ano na escola Francisco Holanda, em Guimarães, e outro mais novo, no terceiro ano, em Riba de Ave.
A filha de Sandra frequentava o Externato Delfim Ferreira, mas, com o fim dos contratos associação, teve de mudar de escola e ingressar na escola vimaranense. "Com o fim dos contratos associação tinha de pagar 330 euros e não era viável", adiantou.
Sofia Almeida, uma das impulsionadoras do protesto, revela que as escolas públicas mais próximas estão lotadas. "O que nos preocupa é a sobrelotação das escolas e por isso queremos uma escola em Riba de Ave com condições para ter os nossos meninos. Não estamos a dizer que as outras não são boas, mas temos duas escolas excelentes aqui e queremos aproveitar essas infraestruturas", afirmou.
"Não podemos desistir porque as escolas estão cheias. A mais próxima é de Vila das Aves e está lotada. Os meninos são convidados a trazer o lanche de casa, porque não conseguem ir ao bar nos intervalos, porque as filas são enormes", acrescentou.
Também Hélder Silva está preocupado com o futuro. Tem duas filhas no ensino primário que, no próximo ano, começam a frequentar o 5.º ano, e confessa-se triste, já que no próximo ano terá de procurar escolas para as filhas. Hélder aponta que é necessário criar condições para as crianças frequentarem escola no concelho.
Ao protesto juntou-se a presidente da Junta de Riba de Ave, Susana Pereira, que também promete não desistir de ter escola pública na vila. "Precisamos de escola em Riba de Ave, recebemos todas as semanas pessoas que transmitem as suas angústias e problemas por não poderem ter filhos a frequentar escolas em Riba de Ave", narrou. "Temos famílias com um filho numa escola fora do concelho e outro noutra escola", adiantou, o que causa "prejuízos económicos e sociais".