Centro de arte contemporânea vimaranense propõe uma "Volta ao Museu em 7 Dias"
O Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG) aproveitou o Dia Internacional dos Museus para fazer uma semana repleta de iniciativas.
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Ao longo de uma semana, que arrancou no dia 16 e se prolonga até 22 maio, haverá dança, visitas noturnas, conversas, oficinas e inauguração de exposições. Este sábado (Dia Internacional dos Museus) abrem portas as exposições “Fazer Arbítrio”, que toma como ponto de partida objetos da Marcha Gualteriana, e “Problemas do Primitivismo a Partir de Portugal”, problematizando o conceito “primitivo” e a sua persistência até à contemporaneidade.
A partir da destruição dos carros alegóricos da Marcha Gulateriana, que acontece anualmente em Guimarães, o Estúdio Origami - Catarina Fragueiro, Fernando Travassos, Filipe Feijão, Miguel Angelo Marques, Pedro Ferreira, Rubene, Palma Ramos, Sara Santos, Sofia Viezas e Artísta Residente -, uma comunidade constituída por várias gerações de ex-alunos das Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, opera uma resignificação dos elementos. A cabeça de um careto, um torso de manequim, uma figura religiosa, objetos “kitch” capturados à cultura popular vimaranense, procuram um novo valor nesta transferência para o museu. A mostra está no Palácio Vila Flor e é inaugurada, este sábado, às 15 horas, com entrada gratuita.
CIAJG questiona a sua coleção de arte africana
Às 17 horas, no Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG), abre ao público, gratuitamente, a exposição “Problemas do Primitivismo a Partir de Portugal”, com curadoria da diretora artística do museu, Marta Mestre, e da investigadora da Universidade Nova de Lisboa, Margarida Pinto dos Santos. A mostra procura abordar os problemas do primitivismo nas suas relações com a ditadura, a colonização, o anti-colonialismo e o pós-colonialismo. Questiona-se a invenção do conceito de “primitivo” e a forma que perdurou até aos nossos dias, interrogando, inclusivamente, a própria coleção de arte africana constituída por José de Guimarães que faz parte do acervo do CIAJG.
As atividades deste sábado estendem-se pela noite dentro, até às 2 horas de domingo, com “Antimuseu”, uma programação musical, em parceria com a editora Revolve, explorando o contexto arquitetónico e acústico do edifício do CIAJG. Neste cruzamento entre a música exploratória e a arte contemporânea estão no alinhamento Croatian Amor, DJ Lynce, DJ Veludo, Miguel Pedro, oqbqbo e Vanity Productions.
Na manhã seguinte, domingo, é possível conhecer melhor a exposição “Problemas do Primitivismo a Partir de Portugal”, numa visita-conversa conduzida pelas duas curadoras. A iniciativa está integrada no programa da “Volta ao Museu em 7 Dias”, que prossegue na tarde de domingo com duas oficinas: “Como fazer uma zine”, oficina de fanzines por Luísa Abreu, e “Objetos mágicos”, em que Luísa Abreu e Maria Fernanda Braga ensinam modelagem de barro e escrita criativa. A programação da “Volta ao Museu” continua até quarta-feira da próxima semana, com iniciativas voltadas para escolas e instituições.