O Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones nasce em Miranda do Douro. O equipamento, que custou 1,4 milhões de euros e foi inaugurado este sábado, já olha para Espanha como potencial cliente.
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O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, destacou a importância “para o concelho, a região e o país” do Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones, localizado em Malhadas, no concelho de Miranda do Douro.
José Manuel Fernandes elogiou a localização do centro “numa aldeia que não tem muitos habitantes”, sublinhando que deve trabalhar-se para “que o projeto não seja só regional, mas nacional, e os serviços possam ser vendidos aos vizinhos em Espanha”.
Trata-se de um centro que custou de 1,4 milhões de euros e que é único no distrito de Bragança. “Tivemos a ousadia e a audácia de fazer este investimento numa aldeia e não na sede de município, já que esta freguesia é a reminiscência das raças autóctones”, destacou a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, que admitiu as dificuldades para lançar a obra. “Pôs-nos os cabelos em pé”, vincou a autarca.
Laboratório de conservação de sémen
Para o ministro, “há aqui coragem e visão” em avançar com o equipamento. “Nem toda a gente utiliza estas palavras, melhoramento e valorização das raças autóctones, que temos de valorizar, pois são um potencial a vários níveis", como a defesa da biodiversidade. "Temos de lhes acrescentar valor, dado o sabor destas carnes e a qualidade, não só para a indústria de transformação, mas para a gastronomia. A agricultura e a produção animal são segurança alimentar”, explicou o ministro durante a inauguração deste sábado.
O projeto contou com um financiamento de 77% de fundos comunitários, mais 400 mil euros de investimento camarário, para criar vários serviços, como um laboratório de conservação de sémen, com tecnologia de ponta para a seleção e controlo de sémen, bem como dos embriões animais necessários para o melhoramento genético das raças autóctones. Para já, só vai trabalhar com pequenos ruminantes, como cabras e ovelhas, mas Helena Barril admitiu que o objetivo é alargar o âmbito também aos bovinos, tanto mais que, no concelho, existe a raça Mirandesa, uma das mais conhecidas.