A campanha “Apadrinhe uma Menina” lançada, em janeiro, pelo Centro Missionário da Arquidiocese de Braga permite que 163 raparigas da paróquia de Santa Cecília de Ocua, na Diocese de Pemba, em Moçambique, prossigam os seus estudos no ensino secundário em 2024.
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As 163 jovens vão poder ingressar no ensino secundário em escolas e colégios da região de Pemba depois de terem concluído o ensino básico, que é gratuito. “Muitas raparigas percorrem, todos os dias, mais de 15 km a pé para irem à escola” e “a comunidade mais distante fica a 80 km da escola secundária de Ocua, única escola existente na paróquia”, lembra a coordenadora do CMAB.
As alunas apadrinhadas em regime residencial vão ficar alojadas em congregações religiosas, nomeadamente na Casa das Irmãs Mercedárias do Santíssimo Sacramento, na cidade de Pemba, na Casa das Carmelitas do Sagrado Coração de Jesus, na vila de Namapa, e na Casa das Irmãs da Paróquia de São João de Deus, na vila de Alua.
Sara Poças, coordenadora do Centro Missionário, adiantou que, a iniciativa lançada no âmbito do projeto “Salama!” - Cooperação Missionária Braga-Pemba -, contou com a adesão de centenas de pessoas, organismos e movimentos paroquiais que se tornaram padrinhos e madrinhas das meninas.
“Sem este apadrinhamento, traduzido no pagamento de um kit escolar anual e no apoio residencial numa instituição de ensino, provavelmente estas jovens não poderiam continuar a estudar”, disse. “A adesão foi muito boa, o que denota que temos na Arquidiocese muita gente solidária e consciente de que a educação é importante e fundamental para assegurar um futuro melhor às mulheres”, disse.
Em comunicado, salientou que, “até ao sexto ano, o ensino é gratuito, a partir do sétimo ano as meninas têm de comprar um uniforme, pagar uma propina e ter o material escolar”.
Sara Poças, que também coordena o “Salama!”, já agradeceu aos benfeitores que ajudaram 150 meninas com o kit escolar (30 euros anuais) e aos 13 padrinhos e madrinhas que se comprometeram a apoiar residencialmente outras tantas meninas (apoio anual de 200 a 800 euros).
O Centro Missionário “decidiu não estender este apoio à educação a toda a comunidade escolar de Ocua, porque se o fizesse seria dada primazia aos rapazes e as raparigas corriam o risco de ficar de fora”.